“GENEBRA - O esgotamento profissional, conhecido como síndrome de burnout, foi incluído na Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS).” É o que informa hoje a Agência AFP para O Estado de S. Paulo (27 mai 2019).
A lista, elaborada pela OMS, é baseada nas conclusões de especialistas de todo o mundo e a classificação é utilizada para estabelecer tendências e estatísticas de saúde.
"É a primeira vez que o esgotamento profissional entra na classificação", anunciou o porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic.
O burnout, incluído no capítulo de problemas relacionados ao emprego e desemprego, recebeu o código QD85.
O problema foi descrito como "uma síndrome resultante de um estresse crônico no trabalho que não foi administrado com êxito" e que se caracteriza por três elementos: "sensação de esgotamento, cinismo ou sentimentos negativos relacionados a seu trabalho e eficácia profissional reduzida".
A nova classificação, chamada CIP-11, publicada ano passado, foi aprovada durante a 72ª Assembleia Mundial da OMS e entrará em vigor no dia 1 de janeiro de 2022.
A síndrome de burnout acomete com frequência médicos e enfermeiros, em particular os profissionais submetidos a trabalho em regime de plantão e que têm mais de um emprego. Passam a noite trabalhando e na manhã seguinte permanecem em atividade, em outro emprego, driblando assim a legislação trabalhista.
Importante observar que, além dos danos provocados no próprio profissional, a chamada relação médico-paciente nesses casos fica completamente deteriorada.
Eu mesmo pratiquei este tipo de trabalho nos anos em que fazia a Residência Médica. O esgotamento que aquilo provocou – o burnout– levou-me a mudar completamente minha opção profissional, mudar de cidade, enfim, mudar de vida, embora tenha permanecido na Medicina. Isso é possível.