quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Cotovelada tem consequências

 

Cotovelada de Otamendi em Raphinha

Andres Larrovere/AFP 

 


Em continuação à postagem anterior deste blog:

 

“A Conmebol anunciou hoje (17 nov 2021) a suspensão de dois árbitros que atuaram no empate entre Argentina e Brasil, pelas Eliminatórias da Copa 2022. Os uruguaios Andrés Cunha, que estava no campo, e Esteban Ostojich, que estava no VAR, foram punidos pela comissão de arbitragem por não terem mostrado cartão vermelho ao zagueiro Otamendi, que acertou uma cotovelada no rosto de Raphinha.” 

O lance foi checado pelo VAR e “Ostojich considerou que o golpe foi de "intensidade média", e ponderou que seria lance para amarelo. Segundo o texto de Igor Siqueira para o UOL, “Cunha nem viu a existência do golpe, assim como seu assistente, Richard Trinidad”.

“No ofício em que comunicou a punição, a Conmebol considerou que a atuação de Cunha e Ostojich "foram analisadas tecnicamente pela comissão, concluindo que os mesmos incorreram em erros graves e manifestos no exercício de suas funções no desenvolvimento da partida". O documento é assinado por Wilson Seneme, brasileiro que preside a comissão de arbitragem da Conmebol. A sanção é "por tempo indeterminado".

 

No meu tempo de criança, no campo da Esportiva de Guaratinguetá, a gente gritava JUIZ LADRÃO!

 

 

https://www.uol.com.br/esporte/futebol/ultimas-noticias/2021/11/17/conmebol-suspende-arbitros-de-argentina-x-brasil.htm?utm_source=twitter&utm_medium=social-media&utm_content=geral&utm_campaign=uol

 

Jogo bruto



Jogo bruto entre Brasil e Argentina, em San Juan 

Juan Mabromata/AFP/Folha de S.Paulo



Brasil e Argentina empatam em jogo sem gols, ontem em San Juan. 

            Brasil mantém invencibilidade nas Eliminatórias, com 11 vitórias e 2 empates. Argentina também se classifica por antecipação para a Copa do Mundo no Qatar. 

            Lionel Messi completamente apagado durante o jogo. Neymar fez falta? Jogo nervoso, ríspido, bruto mesmo. Uma ou outra jogada de boa técnica de ambos os lados ao longo de toda a partida, com destaque para Paquetá. Nada mais.

            Apenas um triste lance marcou para sempre a história do principal clássico sul-americano. Aos 34 minutos do primeiro tempo, Otamendi desferiu acintosa cotovelada na boca de Raphinha, em disputa de bola junto à linha de fundo da defesa argentina, depois do defensor ter sido seguidamente driblado pelo ponta brasileiro. Ele simplesmente foi à forra, não tolerou a humilhação, partiu para a agressão física, pública e criminosa, sem qualquer pudor. A tevê mostrou a boca sangrando do brasileiro.

            É possível que o árbitro uruguaio Andres Cunha não tenha visto o lance, é possível. Mas ele consultou o VAR, nada marcou, a partida seguiu. O árbitro de vídeo era Esteban Ostojich, que apitou a final da Copa América este ano, no Maracanã, vencida pela Argentina.

            A repetição das imagens a partir de então não deixou qualquer dúvida: infração grave, claríssima, o argentino deveria ter sido expulso. Hoje não há mais discussão para este tipo de lance, é cartão vermelho. Se o juiz não viu, o VAR viu. Por quê não recomendou a expulsão? 

      Para mim, o jogo perdeu a graça depois disso. Os argentinos continuaram com provocações, deboche, rispidez, deslealdade, estimulados pela torcida, como há muito não se via. Penso que os brasileiros reagiram mal a tais provocações, ou nem reagiram. Triste zero a zero.