segunda-feira, 31 de maio de 2021

Quo Vadis, Aída?

 


 

Entre tantos propósitos, incluindo o entretenimento, o Cinema, como o livro, tem a capacidade de registrar fatos históricos para a posteridade. Evidente que o ponto de vista revelado no filme tem a marca do diretor; mas a História também não funciona assim?

Quo Vadis, Aida?, produção da Bósnia e Herzegovina, indicada ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, retrata de forma poderosa um dos momentos mais horrorosos na história da humanidade, ao contar a história do massacre de Srebrenica, em 1995, quando mais de 8 mil bósnios muçulmanos foram assassinados por tropas sérvias.

Com roteiro e direção de Jasmila Žbanić, Quo Vadis, Aida? centra a narrativa na personagem ficcional Aída (Jasna Djuricic), que trabalha como tradutora da ONU em Srebrenica, quando o exército sérvio ocupa de forma violenta a cidade; seu marido e os dois filhos estão entre os milhares de cidadãos que procuram abrigo. 

O desempenho da protagonista lembra O filho de Saul, cujo protagonista também corria desesperado de um lado para outro, sem saber para onde ir, em uma câmara de gás instalada pelos nazistas. Aída é intérprete, esposa, mãe, cuidadora, uma faz-tudo num ambiente non-sense, beco sem saída, situação de desespero crescente, a terminar na tragédia maior.

O filme tem início com a inacreditável negociação envolvendo a ONU, os bósnios e sérvios, cuja irresponsabilidade coloca em risco a vida de milhares de bósnios muçulmanos, verdadeiro caos a revelar a falência das instituições – especialmente da ONU.

      Volto a destacar, o filme é necessário, a despeito de sentimentos como angústia, tristeza e indignação que gera no expectador. Muito de tais sentimentos são provocados pela atuação magistral da atriz principal, Jasna Djuricic.

      Imperdível!

 

 

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