terça-feira, 22 de março de 2016

Humanização pelos cães



Está publicado no livrinho minimalismos – aforismos, microcontos e haicais, e também neste blog, o aforismo predileto deste blogueiro:

O cão humaniza a família.

Pois agora surge interessante notícia correlata: a Argentina desenvolve programa de reabilitação de presos em final de pena utilizando o adestramento de cães. A relação com o animal pode acarretar verdadeira ajuda emocional aos apenados, além de lhes proporcionar possibilidade de emprego ao deixar a prisão.
O adestramento dos cães dura de um ano e meio a dois anos, dependendo do comportamento do animal, e os primeiros três animais adestrados foram doados no mês passado a pessoas deficientes.
Paulina Quinn, uma freira americana, é a pioneira neste método criado em 1981. Ela relata que, após ter sido vítima de violência, encontrou no adestramento de cães uma saída para sua vida. Ela coordena o programa chamado Prison Dog Project nos Estados Unidos.
Impressionante o relato de Quinn: "Meu pai foi prisioneiro de guerra e nunca superou o trauma. Fui criada em uma casa com muita violência, fugi e passei por 14 instituições juvenis, onde fui torturada. Um dia, morando na rua, ganhei um cachorro, passei a adotar outros e fui vendo como eles me ajudaram a perder o medo, a viver melhor e a passar a andar de cabeça erguida.”
            Uma certa mãe, com três filhos e casada com um pai problemático, relatou-me que os filhos brigavam ininterruptamente. Aconselhei-a que adquirisse um cãozinho. Depois de muito relutar, aceitou a ideia. Três meses depois, contou-me a fala da filha caçula:
            – Mamãe, já reparou que não brigamos mais depois que a Lulu chegou?!
            Ao que acrescentei:
            – O cão humaniza a família.