segunda-feira, 8 de novembro de 2021

E agora?


Este blog não se cansa de defender a vacinação, a única maneira de vencermos a trágica pandemia. As postagens abaixo continuam disponíveis.

 

Do fanatismo

https://loucoporcachorros.blogspot.com/2021/08/do-fanatismo.html

 

Vacinação em descrédito

https://loucoporcachorros.blogspot.com/2020/10/vacinacao-em-descredito.html

 

Vacina e autismo

https://loucoporcachorros.blogspot.com/2019/03/vacina-e-autismo.html

 

A Darwin o que é de Darwin

https://loucoporcachorros.blogspot.com/2021/09/a-darwin-o-que-e-de-darwin.html

 

Vacinação pública ou privada?

https://loucoporcachorros.blogspot.com/2021/01/vacinacao-publica-ou-privada.html

 

            Porém, o tema permanece em debate, os negacionistas mais ativos do que nunca. Então, quando surge a imagem avassaladora, é preciso voltar ao assunto!




             E agora?


Ref.:  statnews.com/2021/11/08/not

 

"A transitoriedade"




 

“Algum tempo atrás, fiz um passeio por uma rica paisagem num dia de verão, em companhia de um amigo taciturno e de um poeta jovem, mas já famoso. O poeta admirava a beleza do cenário que nos rodeava, porém não se alegrava com ela. Perturbava-o o pensamento de que toda aquela beleza estava condenada à extinção, pois desapareceria no inverno, e assim também toda a beleza humana e tudo de belo e nobre que os homens criaram ou poderiam criar. Tudo o mais que, de outro modo, ele teria amado e admirado, lhe parecia despojado de valor, pela transitoriedade que era o destino de tudo.

            Sabemos que tal preocupação com a fragilidade do que é belo e perfeito pode dar origem a duas diferentes tendências na psique. Uma conduz ao doloroso cansaço do mundo mostrado pelo jovem poeta; a outra, à rebelião contra o fato constatado. Não, não é possível que todas essas maravilhas da natureza e da arte, do nosso mundo de sentimentos e do mundo lá fora, venham realmente a se desfazer em nada. Seria uma insensatez e uma blasfêmia acreditar nisso. Essas coisas têm de poder subsistir de alguma forma, subtraídas as influências destruidoras.

            Ocorre que essa exigência de imortalidade é tão claramente um produto de nossos desejos que não pode reivindicar valor de realidade. Também o que é doloroso pode ser verdadeiro. Eu não pude me decidir a refutar a transitoriedade universal, nem obter uma exceção para o belo e o perfeito. Mas contestei a visão do poeta pessimista, de que a transitoriedade do belo implica sua desvalorização.

            Pelo contrário, significa maior valorização!”

 

 

 

Sigmund Freud

A transitoriedade (1916)

Obras completas, volume 12, p 248

Companhia das Letras, 2010

Tradução de Paulo César Lima de Souza

 

 

            O texto prossegue por mais quatro páginas, sempre belo, elegante, claro e profundo. E Freud conclui:

 

“Superado o luto, perceberemos que a nossa elevada estima dos bens culturais não sofreu com a descoberta da sua precariedade. Reconstruiremos tudo o que a guerra destruiu, e talvez em terreno mais firme e de modo mais duradouro do que antes.” 

 

O pequeno texto mostra um Freud otimista, apesar da guerra, corajoso, a valorizar a arte ao extremo. Um filósofo que escreve com clareza absoluta, acessível a um grande número de leitores que talvez desconheçam essa sua característica. E que elegância!


Advogados

Charge do dia 


André Dahmer para a Folha

Amor à arte

 



Amava tanto a arte que se emocionava ao rever quadros famosos em ímãs-de-geladeira.