Aos amigos Paulo e Flávia
João é um menino esperto de 4 anos, que por influência paterna torce para o Flamengo.
Com esta idade já escreve seu nome completo com letra caprichada e arrisca copiar uma ou outra palavra que encontra em jornais e revistas. Destaca-se no maternal pela permanente alegria e bom relacionamento com os coleguinhas. João é querido pelas professoras.
Qual não foi a surpresa do pai, quando o filho lhe entrega folha de papel escrita a lápis, de cima a baixo, com alguma coisa legível, outras nem tanto.
– Que lindo, João! Leia para mim o que está escrito.
Ao que o menino responde incontinente:
– Eu sei escrever, não ser ler.
Agora o susto do pai não tem mais tamanho. Como assim? Sabe escrever mas não sabe ler? E João emenda com autoridade:
– Leia para mim, pai.
Definitivamente embasbacado, o pai não sabe o que responder. Não deseja decepcionar o filho, orgulhoso daquela façanha. Mas não pode ler o que está “escrito”, se é que há alguma coisa escrita naquela folha de papel, pensa ele.
Inteligente e sensível, João percebe o embaraço do pai.
– Não tem importância, pai, minha mãe lê para mim.
João entrega a folha para a mãe, que “lê” sem qualquer dificuldade a história escrita pelo filho, para a alegria do menino e desespero do pai, praticamente um analfabeto.
O pior: quando perguntado sobre sua cor preferida, João responde:
– Verde!