domingo, 9 de agosto de 2020
Retorno à infância
Daí o baque, tristeza sem fim, pela ausência do futebol durante a peste. As tardes de domingo ficaram completamente vazias. Não me adaptei às reprises, ao contrário, aumentavam minha melancolia. O mundo já não era o mesmo.
Até que ressurge o Campeonato Paulista 2020, interrompido perto do final. Os times voltaram a campo como que enferrujados, jogadores sem reflexos, com má forma física, há meses sem jogar. Treinavam, mas não jogavam.
E para resumir, chegamos ontem à finalíssima, Palmeiras x Corinthians Paulista. O jogo anterior já havia sido equilibrado: 0 a 0. Ontem, primeiro tempo difícil, o Palmeiras mais bem distribuído em campo, Cassio brilhando novamente. Aos 3 min do segundo tempo o Verdão abre o placar, com Luiz Adriano, belo gol de cabeça! E o time dominou todo o segundo tempo.
Segundos antes dos 50 min, ao fim da prorrogação de 5 min, um pênalti bobo, desnecessário, dentro da área: o Corinthians empata o jogo. A decisão será por pênaltis.
Três gols para cada time, o último a bater será o Palmeiras, se fizer, leva... E o técnico escolhe um neguinho de 20 anos para cobrar o último pênalti! Pensei comigo, agora fudeu. Patrick de Paula o nome dele, criado em Campo Grande, no Rio, prata da casa do Allianz Park.
Patrick toma grande distância, pára na risca da grande área, permanece imóvel por segundos intermináveis, Meu deus, o que pensa esse menino num instante como este, meu coração saindo pela boca! Então dispara em direção à bola, enche o pé, coloca a pelota no ângulo superior esquerdo da meta de Cassio, chute incrível imprevisto impensável indefensável inesquecível e corajoso acima de tudo, de quem sabe e tem futuro brilhante no futebol.
Palmeiras Campeão Paulista de 2020! Com sofrimento...
Patrick de Paula, o neguinho do Palmeiras