segunda-feira, 7 de junho de 2021

Chega a Saíra-amarela

 


a primeira vez

banha a saíra-amarela

na água da fonte







Fotos: Mercêdes Fabiana, jun 2021
Nikon 7200


Botando banca

Charge do dia 

João Montanaro para a Folha de S. Paulo

Bactérias restauram Michelangelo



A sacristia após o processo de restauração 
da Capela Médici Giovanni Cipriano/NYT

 


 

Donata Magrini, Anna Rosa Sprocati, Daniela Manna, Paola D'Agostino, Monica Bietti e Marina Vincenti (da esq. para dir.), da equipe, formada exclusivamente por mulheres, que usou bactérias para limpar obras de Michelangelo - Gianni Cipriano/NYT

 

 

“Michelangelo ganha limpeza realizada por uma salada bacteriana em Florença – Micróbios são usados no processo de retirada de resíduos nas obras do renascentista na Capela Médici”. Esta a manchete da reportagem de Jason Horowitz, de Florença, para The New York Times, com tradução de Paulo Migliacci, publicada hoje na Folha de S.Paulo.

“Já em 1595, descrições de manchas e descolorações começaram a aparecer em relatos sobre um sarcófago na graciosa capela que Michelangelo criou como repouso final para os membros da família Médici. Nos séculos seguintes, o gesso usado para copiar incessantemente as obras-primas que ele esculpiu por sobre as tumbas deixou resíduos que causaram descoloração. As paredes brancas e ornadas que ele concebeu perderam o brilho.”

“Enquanto o vírus se espalhava lá fora, restauradores e cientistas discretamente colocaram em ação micróbios dotados de bom gosto e incrível apetite, espalhando-os sobre o mármore e transformando a capela deliberadamente em uma salada bacteriana.”

“Foi tudo feito em segredo”, disse Daniela Manna, uma das restauradoras, que atribui a sujeira a Alessandro Médici, que governou Florença, morreu assassinado e teve seu corpo sepultado no sarcófago sem ser devidamente eviscerado. Ao longo dos séculos, os resíduos que seu corpo produziu vazaram para o mármore de Michelangelo, criando manchas profundas, e mais recentemente oferecendo um banquete ao produto de limpeza preferido na capela, uma bactéria chamada Serratia, a SH7."

“Anna Rosa Sprocati, bióloga da Agência Nacional Italiana de Novas Tecnologias, escolheu a bactéria mais adequada entre as quase mil variedades disponíveis, usadas mais frequentemente para romper moléculas de petróleo em casos de derramamento ou reduzir a toxicidade de metais pesados. Algumas das bactérias disponíveis em seu laboratório comiam fosfatos e proteínas, mas também o mármore de Carrara preferido por Michelangelo, e não foram selecionadas.”

"Em seguida a equipe de restauração testou as oito variantes mais promissoras, atrás do altar, em uma pequena palheta retangular sobre a qual foram pintadas fileiras de quadrados, como uma cartela de bingo. Todas as bactérias selecionadas para teste são inofensivas para seres humanos e não têm esporos."

 

 

https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2021/06/michelangelo-ganha-limpeza-realizada-por-uma-salada-bacteriana-em-florenca.shtml