Entre os galhos mais altos, vicejava
um fruto, entre os frutos o mais nobre.
E dessa rica seiva, retirava
o suco doce que do solo sobre.
E à chuva e à luz do sol, que tudo encobre,
crescia o fruto e aos poucos madurava.
Tornando valiosa a gota pobre,
em pura vida, assim, a transformava.
Um dia um vento forte, inesperado,
em fúria sacudiu o galho leve,
até que o teve todo desfolhado.
Em luta desigual, não se conteve:
soltou-se de seu galho, desolado,
aquele lindo fruto, vida breve.
Paulo Sergio Viana