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“Santa Catarina de Alexandria é uma pintura de 1598-1599 do mestre do barroco Michelangelo Merisi da Caravaggio, que se encontra atualmente no Museu Thyssen-Bornemisza, em Madrid. A pintura fez parte da colecção do cardeal Francesco Maria Del Monte; Santa Catarina de Alexandria, juntamente com Santa Maria Madalena, incluía-se nos santos favoritos do cardeal Del Monte; foi pintada por sugestão deste prelado quando Caravaggio estava hospedado no seu Palácio Madama.
O quadro representa Santa Catarina de Alexandria, que, de acordo com a tradição cristã, foi uma virgem santa, martirizada no início do século IV sob o imperador romano Magêncio, ou Maximino Daia. De acordo com sua hagiografia, Catarina era uma princesa e uma erudita notável, que se converteu ao cristianismo por volta dos quatorze anos, e que depois converteu centenas de pessoas ao Cristianismo, tendo sido martirizada pela religião que professava por volta dos 18 anos de idade.
A postura da Santa Catarina é animada por uma expressão vívida do olhar que dá um efeito de espontaneidade à cena associado à cumplicidade da luz que jorra de cima e da direita. A Santa Catarina é representada como uma mulher moderna, nobre, vestida com roupas luxuosas, descansando sobre uma almofada de damasco, com apenas uma subtil auréola a indicar a santidade (muito rara, se não mesmo a única na iconografia do pintor), mas sem os raios de luz divina, seios nus ou lábios entreabertos como na tradição figurativa, mas pálida e humana, com um olhar interrogativo que, como sublinha Robb, denota a incerteza e os dedos pousados sobre a lâmina longa que já está avermelhada indicam o sangue do martírio.
A figura da Santa Catarina domina completamente a pintura, podendo o fluxo de luz que vem de cima ser um símbolo da graça divina. Atrás da Santa Catarina vê-se uma representação realista de um instrumento de tortura, a roda dentada, de que se vêm os raios de madeira e dois dentes laterais ao alto, que, no entanto, está desconjuntada, faltando cerca de um quinto do aro exterior, sendo uma referência à lenda do seu martírio, segundo a qual a roda de tortura a que ia ser sujeita se quebrou. Sobre o travesseiro está um símbolo da iconografia tradicional do martírio, a palma, que cruza a lâmina sangrenta (reflexo do travesseiro) da espada com a qual ela foi decapitada.
Para o semblante da Santa Catarina, Caravaggio usou o rosto de Fillide Melandroni, conhecida prostituta em Roma de quem se apaixonou e que seria a causa de muitos males dele. Fillide foi de novo retratada por ele em Conversão de Madalena, em Judite e Holofernes e num retrato que foi destruído em Berlim durante a II Guerra Mundial.”
https://pt.wikipedia.org/wiki/Santa_Catarina_de_Alexandria_(Caravaggio)