Nos últimos
dias de 2013 a Sextante editora publicou o livro que é uma obra de arte: A Batalha do Avaí, com o subtítulo A beleza da barbárie: a Guerra do Paraguai
pintada por Pedro Américo. Autores: Lilia Moritz Schwarcz, com Lúcia Klück
Stumpf e Carlos Lima Júnior.
Assim tem início a narrativa, com a
descrição espetacular – sob o ponto de vista literário e de crítica de arte –, de
um detalhe central no quadro de Pedro Américo:
“A feição do
soldado sentado, de torso nu e boné tricolor à cabeça, disposto no meio do
quadro, jamais será desvelada. Ele dirige o seu olhar para o interior da tela.
Faz companhia ao combatente negro, o qual, ferido mortalmente à cabeça, parte
de vez dessa batalha sangrenta. O mesmo triste fim experimentará o lutador
paraguaio em poucos instantes, já que está bem na mira da arma de um militar do
exército brasileiro. Diante dele, homens armados avançam para todos os lados,
na mais absoluta desordem, empunhando suas baionetas, lanças, espadas e
pistolas. A morte está, pois, por toda a parte, em primeiríssimo plano, sem
qualquer maquiagem.”
Após longa e detalhada contextualização histórica
sobre a Guerra do Paraguai, repleta de ilustrações e obras de arte de pintores
brasileiros, o livro traz um Caderno de
imagens, com fotografias de Jaime Acioli. Neste Caderno, o enorme quadro de Pedro Américo é esquadrinhado, e cada
detalhe acompanhado do respectivo comentário explicativo. A qualidade das
fotografias e da impressão é inacreditável!
Não tivemos outra alternativa senão chegar um pouco mais tarde à praia
numa terça-feira dessas férias, para revisitar o Museu Nacional de Belas Artes,
na Av. Rio Branco, no Rio, ao lado do Teatro Municipal e da Biblioteca
Nacional, onde repousa a monumental A Batalha do Avaí. São duas experiências
fundamentais: ler o livro e visitar o museu.
Fotos: A.Vianna e Mercêdes, Rio, jan. 2014.