Fotografia
Bambuzal no Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 1890.
Findo o sonho do mundial, fica o registro melancólico: se o jogo é ruim e seu time perde, difícil escrever uma crônica sobre tão infausto acontecimento.
Faltam jogadores ao Palmeiras com a qualidade exigida para disputa daquela envergadura. A exceção evidente é a do goleiro, pois Weverton é hoje o melhor do Brasil. Não fosse a atuação dele o placar de ontem teria se alargado.
A zaga do time é fraquíssima; dos laterais, salva-se o chileno Viñas, que sabe defender e atacar. Os volantes, crias da casa, são bons, mas lhes falta experiência para jogos de decisão. Dois armadores são bons, nada brilhantes. E os atacantes inexistem. Depender de um ponta de inteligência limítrofe não pode levar a bons resultados.
Aquele que acompanhou o Palmeiras na última temporada acostumou-se com a irregularidade do time; faz um grande jogo, a torcida se empolga, e em seguida vem a derrota inexplicável, muitas vezes de virada no segundo tempo. (Quando o jogo é de decisão a coisa piora muito.)
Inexplicável? Não, faltam jogadores, falta um padrão de jogo. O novo técnico parece bom, jeitoso no trato com os comandados, bem educado. Precisa de mais tempo para trabalhar o time, além de contratações de peso, caso não se bandeie logo para a Europa. Os lusitanos estão em alta.
Resta o consolo: ganhamos a Libertadores, o que não é pouco.
Minha mulher percebeu meu abatimento depois do jogo e perguntou, Por que você, nessa idade, ainda perde tempo com futebol? Porque não se pode e nem se deve apagar a infância, respondi.