terça-feira, 3 de julho de 2018

Menino triste

Meus quadros favoritos


Joan Eardley 
Pintor inglês (1921-1963)

Fotoabstração N.45

Fotoabstração




Foto: AVianna, jul 2018.

Via Papua

Por André de Oliveira. Inspirada em Hilda Hilst, homenageada da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), a corrente poética do EL PAÍS continua. Joselia Aguiar, atual curadora da Flip, agora escolhe Via Papua, do poeta, antropólogo e historiador, Antonio Risério. 

Via Papua

desamarra a quilha, canoa
desamarra a quilha
e voa

(vai pelo ar
pelo mar
e sobre a ilha;
voa sobre o que
se armadilha)

mas voa leve, canoa
e leva uma estrela
na ponta da proa

cruza o mar, a névoa
o peito, a boca, a língua
almas que invadem nuvens
dobras de angra e de íngua

(mas voa leve, canoa
há uma estrada inteira
na ponta da tua proa)

e que o ar mais leve a leve
e faça das algas do céu
a minha única
e exclusiva
coroa,

canoa.

“Poeta, escritor e antropólogo, Antonio Risério foi militante estudantil na década de 1960, quando foi preso aos 16 anos. Baiano, natural de Salvador, estuda cultura afro-brasileira e tem mais de quinze livros publicados, entre ficção e ensaios, como O Poético e O Político, de 1988, em coautoria com Gilberto Gil; Caymmi - Uma Utopia de Lugar, de 1993; Oriki Orixá, de 1996; e A Utopia Brasileira e os Movimentos Negros, de 2007. Risério, que nasceu em 1953, também trabalhou no Ministério da Cultura, durante a gestão de Gilberto Gil e teve participações nas campanhas políticas do PT à presidência.”



Majestosamente




domina o jardim
a exuberante cattleya
majestosamente

A lógica do futebol



Se derrotamos a Alemanha, campeã do mundo, por que não haveremos de derrotar o Brasil? Este o raciocínio “lógico” que inspirou mexicanos antes do jogo com o Brasil.
            Desde criança, torcedor da Esportiva de Guaratinguetá, conhecida pela alcunha de Lobo do Vale, e peladeiro contumaz, ouço dizer que futebol não tem lógica. Resultado: os mexicanos dominaram os primeiros 25 minutos de jogo, pressionaram muito, mas não chutaram a gol. A Seleção tem ótima defesa!
            A partir daí, só deu Brasil. Os 2 gols no segundo tempo refletiram o domínio de campo, a técnica e a vontade de vencer do Brasil. (Destaque para a “vontade” de William, o melhor em campo em minha opinião!)
            Louve-se mais uma vez o Sr. Adenor, que mexeu no time com a maestria de (quase) sempre. Se o Brasil ganhar esta Copa, será principalmente pelo excelente plantel – palavra bem fora de moda –, com reservas que jogam tão bem ou melhor que os titulares. Coisa rara de se ver mundo afora. 
            Que vença o melhor!


Brasil derruba o México

A foto do dia