segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

O lago mágico

A foto do dia


Flor de lotus

Foto: Adriana Ferreira Zamora, Chácara Morená, São Carlos, fev 2018.

Resultados inaceitáveis

Divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) (19 Fev 2018), com base em dados de 2017, o Censo Escolar da Educação Básica – que compreende o ensino infantil, o ensino fundamental e o ensino médio.
“Houve pequena melhoria nos índices de aprovação, especialmente no ensino médio, no qual apenas 65% dos alunos estão matriculados na série adequada à sua idade. Entre 2013 e 2017, a taxa de aprovação nesse ciclo – que há décadas é considerado o grande gargalo da educação brasileira – aumentou 2,8%. Ainda que esse aumento seja positivo, pois contribuiu para melhorar o fluxo de estudantes com idade entre 15 e 17 anos e elevar o número de formados no ensino médio, ele não teve maior impacto na redução dos índices de evasão escolar.”
“Atualmente, há cerca de 1,5 milhão de jovens dessa faixa etária que abandonaram as salas de aula para ingressar no mercado de trabalho. Esse contingente equivale a 15% do total de jovens do País. Os jovens que desistiram de estudar e não conseguiram um emprego formam hoje a chamada geração “nem nem”, que não estuda nem trabalha. “A baixa qualidade da escola leva os jovens a procurar o mercado de trabalho ou a abandonar o ensino sem sequer ingressar no mercado. Por isso, o quadro é grave. Não temos um cenário de alfabetização na idade certa, o que tem repercussões graves ao longo da trajetória dos estudantes”, afirma Olavo Nogueira, gerente de Políticas Educacionais do movimento Todos pela Educação.”
“Em matéria de infraestrutura, o cenário também é sombrio. No ensino fundamental 8,2% das escolas não têm banheiro e 46% não têm biblioteca. No ensino médio, 10% das escolas não têm abastecimento regular de água e 55% não têm laboratório de ciências. O mérito do Censo é fornecer as informações de que o País necessita para discutir a melhoria de qualidade de seu sistema de ensino. Apesar das melhorias pontuais registradas, a formação das novas gerações continua longe de qualquer resultado aceitável.”





Hampstead, modo de viver



             Hampstead é um filme ruim. Talvez seja mesmo um péssimo filme, aquilo que vulgarmente chamamos de xarope. Isso não tem importância; ao contrário, trata-se do mote em que se apoia esta crônica: até mesmo de um filme ruim pode-se extrair uma pérola, algo de interessante que mereça nossa consideração, que afinal provoque alguma elaboração de nossos pensamentos.
            A comédia romântica tipo sessão da tarde é cheia de lugares-comuns, vulgaridades fúteis, que se sustenta sobre os ombros de dois atores competentes, Diane Keaton e Brendan Gleesson (do inesquecível In Bruges!) – verdadeiras iscas, chamarizes para incautos expectadores, como eu. Ponto final: o filme não merece outros comentários.
            Até que, transcorrida mais da metade da história, ultrapassado o pesadelo central do enredo, o casal protagonista encontra-se sentado no sofá da sala da “pobre casa” do “falso mendigo”, com todas as suas precariedades – falo da casa –, quando de repente a mulher dá um chilique, não deseja continuar vivendo “naquela casa”, Você não pode continuar vivendo nessa casa, Não podemos continuar com essa vida.
            Ao que o homem, com espanto, perplexidade mesmo, fechando momentaneamente o livro que tem nas mãos, replica:
            – Mas você não está se divertindo?
            A pergunta é desconcertante e só pode advir de alguém cujo modo de viver é bastante peculiar, único, bem diferente da mulher que está a seu lado.
            Penso que a cena se aplica a um bom número de casais que habitam sob o mesmo teto. Há quem peça pouco, muito pouco para viver. Há quem precise de muito para sobreviver. Alguns trazem em si o suficiente para viver. Outros iludem-se com o que vem do exterior.
Esta a lição que nos oferece Hampstead: o significado de “divertir-se” com a vida, uma arte.
De um filme ruim pode-se extrair uma pérola!

(Quem realmente se diverte com este blog sou eu!)