sábado, 16 de janeiro de 2016

O heroi, de Anna Maria Maiolino


A artista brasileira de origem italiana Anna Maria Maiolino, 73, acaba de doar ao MASP, principal acervo da América Latina, sua conhecida assemblage O Herói (1966).

O escândalo é necessário?



Mesmo entre os pouquíssimos leitores do Loucoporcachorros haverá discordância quanto à conveniência da publicação da última charge do jornal francês Charlie Hebdo envolvendo o menino Aylan, encontrado morto numa praia da Turquia, e os abusos sexuais contra as mulheres alemãs na noite de Ano Novo.
Haverá discordância também quanto à reprodução da charge neste blog, e mais ainda quanto à opinião do blogueiro, favorável ao jornal francês.
Penso que, em tudo na vida é preciso levar em conta as circunstâncias. As cenas do menino morto Aylan Kurdi chocaram o mundo e emprestaram nova dimensão ao problema dos refugiados, para muitos o fato de maior relevância em 2015. Nada pode diminuir ou apagar a importância daqueles registros.
Por outro lado, a Alemanha, país que tem se esforçado para acolher estes mesmos refugiados, exemplo para o resto da Europa, foi vítima de barbarismo ultrajante na noite de Ano Novo, quando pelo menos 100 mulheres foram vítimas de agressões, abusos sexuais e roubos na cidade de Colonia. Um número incerto de refugiados estava presente entre os agressores.
São duas tragédias, ambas com suas respectivas consequências. O Charlie Hebdo não perdeu a chance de juntar os dois fatos numa única charge de enorme repercussão mundial, ao estilo peculiar do jornal.
Para alguns, puro mau gosto; desrespeito ao menino Aylan e sua família; incitação ao preconceito; racismo.
Para outros, o permanente exercício da liberdade; a denúncia nua e crua da violência contra as mulheres alemãs; a denúncia contra alguns refugiados; a denúncia de uma forma de racismo, a depender de como a charge é interpretada.
O cotidiano em todo o mundo está repleto de humor negro. (Aquele carro dependurado, absolutamente instável, improvável, inacreditável, no telhado de uma casa invadida pela lama em Mariana não deixa de ser uma forma de humor negro.) O humor também pode ser negro e de mau gosto, o que pode emprestar tremenda força à denúncia.
Pois esta é a linha editorial do Charlie Hebdo, gostemos ou não dela. Há portanto coerência quando os chargistas estampam as figuras de Maomé, de Deus ou do menino Aylan junto a abusadores, a forma do jornal criticar, de maneira dura e até de mau gosto, a verdadeira violência praticada nesse início de século XXI, muitas vezes em nome de uma religião.

A festa


Cansado da vida, mesmo assim resolveu dar uma festa em comemoração aos  70 anos. Início da festa: 19h; término: 19h 15min.