domingo, 19 de abril de 2015

Ainda o Islã e o Terror




Mário Vargas Llosa, na crônica de hoje (19/4) “O poder da blasfêmia”, em O Estado de S. Paulo, chama Ayaan Hirsi Ali de “heroína do nosso tempo”.
Hirsi Ali nasceu na Somália, sofreu mutilação genital na puberdade, recebeu educação estritamente muçulmana na Arábia Saudita e no Quênia. Quando seus pais forçaram-na a um casamento arranjado, Hirsi exilou-se na Holanda, onde chegou a ser deputada pelo Partido Liberal.
Vítima de ameaças terroristas, mudou-se para os Estados Unidos, onde acaba de publicar “Herectic. Why Islam Needs a Reformation Now” (Herege. Porque o Islã precisa de uma reforma já.)
Hirsi Ali sustenta que a violência praticada por organizações como Al-Qaeda e Estado Islâmico tem como origem a própria religião (diferentemente do que propagam certos governos do Ocidente, para mostrarem-se politicamente corretos), que por isso necessita de reforma radical para livrar-se dos aspectos incompatíveis com a contemporaneidade, a democracia e os direitos humanos.
Segundo a autora, há cinco conceitos que mantêm o Islã preso ao século VII, e que precisam ser reinterpretados. São eles:
     1)   “a crença de que o Corão expressa a palavra imutável de Deus e a infalibilidade de Maomé;
     2)  a preferencia que o Islã concede à outra vida sobre esta, aqui e agora;
     3)  a convicção de que a sharia é um sistema legal que deve governar a vida espiritual e material da sociedade;
     4)  a obrigação do muçulmano comum de exigir o justo e proibir o que considera errado;
     5)  e a ideia da jihad, ou guerra santa.”
Felizmente, Hirsi afirma que cléricos, professores, intelectuais, políticos, jornalistas, dentro e fora de países muçulmanos, já iniciaram tal reforma. Só assim as mulheres adúlteras deixariam de ser apedrejadas até a morte, os ladrões não teriam as mãos amputadas, os ímpios não seriam degolados, as mulheres passariam a valer tanto quanto os homens.
Esperemos pelas mudanças.