terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Ofir, filho, nora e netas em Cabo Frio

Galeria de Família


A foto não é de boa qualidade mas não tem importância, lá está, bem no centro, o vô Ofir. Foi batida na sala do apartamento de Cabo Frio, hoje de propriedade do Paulo.
            Presentes, da direita para a esquerda, Márcio (namorado da Ciça à época), Ciça, Paula, Mercêdes e eu, torto porque disparei a máquina e corri para a foto. Na mão direita do patriarca uma taça de vinho tinto! 
            A luz intensa que ilumina a parede do fundo da sala vem da claridade da Praia das Dunas; bastava atravessar a rua e estávamos no mar frio de Cabo Frio.
            Bons tempos de paraíso! Ofir nos tratava com muito carinho, é o que ficou marcado em minha memória.




Tia Glaura e descendentes

Galeria de Família


Chegam as férias e com elas a expectativa da vinda dos tios e primos de Niterói, que se hospedam em casa do Breno e Ceci, colada a nossa. Tio Tói, tia Glaura, Lucila, José Augusto e Glaucinha são as estrelas, cada um com suas peculiaridades. 
A vida passa a girar em torno da companhia deles, para nós, ainda crianças. É só brincadeiras e alegria.
        Agora recebo de Lucila as fotos de alguns membros da família. Os filhos da Lucila, nem os conheço pessoalmente, uma pena.
        Mas fazem parte dessa nossa Galeria, com destaque que merecem. (Espero mais fotos.)



Glaura e a filha Lucila





Glaura e netos

Arqueia de Asgard



Uma arqueia de Asgard vista no microscópio. 
/ Nature.

Encontrado o organismo que explica a origem de toda a vida complexa da Terra: título espetacular da reportagem de Nuño Domínguez (18 jan 2020) com o subtítulo Cientistas japoneses observam pela primeira vez arqueias de Asgard, micróbios cujos ancestrais deram o passo inicial para a aparição de animais e plantas há dois bilhões de anos, para El País. 
“Após quase 15 anos de trabalho, cientistas japoneses conseguiram pela primeira vez tirar do fundo do mar e criar em laboratório arqueias de Asgard, o misterioso organismo que pode explicar a origem de todas as formas de vida complexa da Terra, incluindo os humanos.”
            Domínguez explica: “Todos os seres vivos que podemos ver a olho nu são feitos com os mesmos tijolos: células complexas, com organelas internas, chamadas eucariotas. Uma pessoa é um conjunto de 30 bilhões de células eucariotas que cooperam entre si com um objetivo comum. Todas as plantas, animais e fungos são eucariotas.”
“Na Terra há outros dois grandes domínios da vida: o das bactérias e o das arqueias, mais primitivas, sem organelas internas. Pois acredita-se que, há cerca de dois bilhões de anos, uma arqueia engoliu e assimilou outro micróbio, transformando-se na primeira célula complexa. Foi o primeiro passo até nós, e ainda não se sabe como aconteceu.”
A partir de 2015 cientistas escandinavos descobriram várias espécies de arqueias: Loki (em homenagem ao deus nórdico), Thor, Odin, Heimdall, Hel, que foram agrupadas na família Asgard, o lar dos deuses vikings.
“As arqueias de Asgard medem um décimo de milésimo de um centímetro e se reproduzem muito devagar para os padrões de um micróbio: mais ou menos uma vez por mês. O mais curioso são seus longos tentáculos entrelaçados. Os cientistas ainda não sabem por que os usam.”
“Segundo a teoria, exposta na revista Nature, o ancestral dos eucariotas era uma arqueia similar à de Asgard. A vida complexa surgiu seguindo o que eles chamam de os três “E”. Primeiro, a arqueia enredou uma bactéria com seus tentáculos, depois a engoliu e, por último, a endogenizou, o seja, estabeleceu com ela uma relação de cooperação para trocar nutrientes conhecida como sintrofia. A bactéria, que até então era um organismo independente, transformou-se numa mitocôndria – uma organela que fornece energia ao seu hóspede.”
“Imachi, chefe do Instituto de Ciência e Tecnologia do Mar e da Terra, no Japão,  deu um novo nome aos organismos retirados da fossa de Nankai: arqueia Prometeu (Prometheoarchaeum syntrophicum), em alusão ao ser mitológico que roubou o fogo dos deuses para dar aos humanos. Dois bilhões de anos depois, as mitocôndrias continuam presentes em todas as células eucariotas com idêntica função. A origem da vida complexa foi a cooperação.”
São descobertas espetaculares, a Ciência a avançar lenta e inexoravelmente.




Vinhos na Mantiqueira



Vale do Paraíba visto da Mantiqueira


Minha infância transcorreu com relativa felicidade ao pé da Serra da Mantiqueira, em Guaratinguetá, ou apenas Guará, e da Mantiqueira guardo as melhores recordações, orgulho mesmo por ter crescido em região tão linda como o Vale do Paraíba. 
            Agora, já velho, me deparo com a notícia que a região – mais precisamente Espírito Santo do Pinhal – tornou-se produtora de vinhos premiados, graças a uma engenhosa técnica de cultivo. A reportagem é de Marcelo Toledo (18 jan 2020) para a Folha de S.Paulo, com a manchete Vinícolas adotam colheita no inverno e colecionam prêmios.
Há 10 anos a família de Eduardo Junqueira Nogueira Junior iniciou a produção de vinho em Boa Esperança, de Minas Gerais, seguida por outras vinícolas em São Paulo; todos adotaram a “dupla poda dos vinhedos, transferindo a colheita do verão, como tradicionalmente ocorre, para o inverno. A alteração, aliada à amplitude térmica (diferença entre temperatura mínima e máxima do dia), tipo de solo e manejo, fez com que jovens vinícolas que entraram no mercado há menos de uma década passassem a colecionar prêmios e ampliassem suas produções de olho num mercado de vinhos de boa qualidade.”
“Colhendo no inverno, o período de maturação da uva ocorre em dias ensolarados, com noites frescas e solo relativamente seco, cenário apontado por pesquisadores como fundamental para o perfeito amadurecimento das uvas e qualidade dos vinhos.”
“O ciclo invertido da videira existe desde 2001, a partir do trabalho de pesquisadores da Epamig (empresa de pesquisa mineira) de Caldas, mas comercialmente passou a ser adotado só nos anos seguintes.  
          As condições climáticas do sul de Minas e de regiões de São Paulo permitem dois ciclos anuais para a cultura e o cenário do outono/inverno era semelhante ao das melhores regiões vinícolas do mundo. Seguindo a fórmula, a Guaspari passou a produzir uvas em 2006 no solo granítico da fazenda em Espírito Santo do Pinhal (SP), que remete à região do Vale do Rhône (França), na altitude (850 m a 1.300 m) e na amplitude térmica, que chega a 20ºC.”
Eis a essência do sucesso: “No cultivo tradicional, a videira é podada em agosto, para brotar em setembro, florescer em outubro, formar cacho em novembro e iniciar a maturação em dezembro, para ser colhida em janeiro e fevereiro.
Na dupla poda, o ciclo começa com a poda em janeiro, florada em fevereiro, formação do cacho em março e início de maturação em abril. A colheita ocorre entre o fim de maio e início de agosto. Assim a maturação ocorre com tempo seco, e “reduz os riscos de podridões dos cachos provocados por fungos”. 
Santificada seja a Serra da Mantiqueira!





Foto: AVianna, jul 2016
Nikon D7200



o tronco e a flor






a flor precisa do tronco
que é suporte – ampara protege
o tronco não precisa da flor
sempre viveu sem ela
quando a flor fenece
posto que tanta beleza
não pode durar para sempre
o tronco – agora só tronco
é desalento solidão



Foto: AVianna, fev 2010, jardim.