Imagem & Microconto
O jogo estava ganho. Mas era impossível mexer o braço para a próxima jogada. Perdeu para o frio.
Foto de autor desconhecido.
Boulevard Tsvetnoy em Moscou, 1950.
Imagem & Microconto
O jogo estava ganho. Mas era impossível mexer o braço para a próxima jogada. Perdeu para o frio.
Foto de autor desconhecido.
Boulevard Tsvetnoy em Moscou, 1950.
Este belíssimo poema pode e deve ser lido no Blog do Moisés Lobo Furtado (O melhor blog da América Latina, segundo o próprio autor):
A foto do dia
Crédito: AFP / Satellite Image ©2022 Maxar Technologies
“Bruxelas, Bélgica- O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, classificou nesta segunda-feira como um "enorme crime de guerra" o ataque russo à cidade portuária ucraniana de Mariupol, que está sob intensos bombardeios.”
Ao ver esta fotografia, demorei alguns segundos de perturbação, até me situar entre a imagem e a realidade. A primeira associação foi a de que se tratava de pintura contemporânea. Em meio ao cinza, um ponto de luz e negra fumaça.
Em seguida percebi que a tomada era de cima, vista do alto, de um drone talvez: era uma fotografia. Imagem de
A foto estampa com perfeição – artística? – o horror da guerra.
A crônica do erudito Mario Sergio Conti para a Folha, no último sábado, trata do novo livro de Roberto Pompeu de Toledo, O Espelho e a Mesa. “O livro traz as memórias de infância de, como ele se descreve, um "rapaz singelo", nascido em 1944: o autor.” Parece muito interessante.
Conti prossegue: “... o ser singelo pertence à classe média oriunda de migrações europeias. Mas foi essa gente dura e orgulhosa, provinciana e com fumos de cosmopolitas, que construiu as atitudes associadas à condição paulista — dos caipiras aos modernistas.”
E chega ao ponto em que provoca em mim enorme surpresa, uma grande descoberta: “O livro está cheio de expressões desse meio: há males que vem para bem, "bocca chiusa", o barato sai caro, bater perna, o que não tem remédio remediado está, USP, não se faz isso na mesa, revolução constitucionalista.”
O cronista segue falando do livro e seu autor, eu estaquei por aqui.
Há muitos anos que eu e meu irmão Paulo conversamos – e rimos muito – das expressões utilizadas por nossa mãe, já falecida. São incontáveis modos de falar, expressões que ouvimos desde a infância até a idade adulta, e que julgávamos fossem criadas por ela, uma espécie de jargão ondiniano, cheio de humor, às vezes ácido, provocador, absolutamente único e pessoal.
Agora encontro na crônica de Conti os mesmos termos por ela empregados, segundo ele provenientes da classe média oriunda de migrações europeias, ... essa gente dura e orgulhosa, provinciana e com fumos de cosmopolitas”. A descrição não podia ser melhor!
É a Dona Ondina falando! Mais importante do que isso, é este o ambiente em que fomos criados, eu e meu irmão Paulo, nascidos em 1947 e 1949, vivendo entre caipiras e modernistas. Vou ler o livro.