Fui ver o filme Chatô,
rei do Brasil – tinha que ver! – e o desapontamento foi total. Vinte anos
para ser executado, uma montanha de dinheiro consumida, e uma entrevista do
diretor Guilherme Fontes enaltecendo a obra levaram-me ao cinema repleto de
expectativas.
Não
gostei mesmo. Causou-me profunda irritação!
Mas podia
ser uma falha minha de avaliação, que nem sou expert em cinema. A crítica especializada vem falando bem do filme.
Nesses casos, melhor calar, e nenhuma notícia apareceu no Louco.
Até que Sérgio Dávila, editor-executivo da Folha, publicou no
caderno Ilustríssima do mesmo jornal
(12/12) artigo intitulado "Chatô",
de Guilherme Fontes, não está pronto e não é bom.
Afirma Dávila: “Pois "Chatô"
não está pronto e não é bom. Passada a falsa impressão dada pela produção
luxuosa e bem cuidada nos minutos iniciais, o que se verá ali será um amontoado
de cenas desconexas e desestruturadas, num roteiro que não roteiriza nem tem
autoria propriamente dita, assinado que é por João Emanuel Carneiro, o próprio
Guilherme Fontes e uma impessoal "Zoetrope" – a produtora de Francis
Ford Coppola.”
De fato, que Assis Chateaubriand (1892-1968)
era no mínimo excêntrico, até mesmo folclórico, disso não temos dúvida. Porém,
um homem que criou um MASP e entregou-o de presente a S. Paulo, merece mais que
nosso respeito, merece toda admiração. O bufão que nos é apresentado pareceu-me
desrespeitoso. O mesmo pode ser dito do Getúlio Vargas mulherengo, caricato,
bobo, retratado no filme.
Quanto à participação, ou não participação,
de Francis Ford Coppola na codireção do filme, pouca ou nenhuma diferença faz,
apenas empresta o nome famoso.
Uma pena! Quem sabe algum diretor
argentino faz um filme melhor...