A
história é boa, vem da Inglaterra, e merecia fazer parte de algum filme que
contasse a saga dessas crianças extraordinárias. Bem, de qualquer modo, foi
assim que imaginei o acontecido.
Era
uma sexta-feira, 21 de julho, quando a família, residente em Essex, resolveu
fazer uma visita noturna ao grande Museu de História Natural de Londres, um dos mais famosos de todo o mundo. O pai, a
mãe e os dois filhos, as crianças excitadas com a novidade.
Chegando
ao magnífico prédio, a grande surpresa foi a presença de uma criançada sem
conta, todos participando da chamada “caça aos dinossauros”! Apenas Charlie,
com 10 anos, não se juntou ao grupo: dedicou-se a ler minuciosamente TODAS as
legendas dos bichos em exposição.
Até
que interrompeu sua empreitada, chamou os pais e disse:
–
Isso aqui está errado.
–
Como errado, meu filho, estamos no Museu de História Natural de Londres! Sabe o
que isso significa?
–
Mas está errado. Este dinossauro não é um oviráptor. Os oviraptores caminhavam
sobre duas patas e não quatro, como mostra a imagem. Esse aqui é um
protocerátopo.
Os pais resolveram não teimar com
Charlie, conheciam “bem” o filho que tinham. Em entrevista a BBC, a mãe
afirmou: “Charlie adora paleontologia desde que era muito pequeno e começou
a ler enciclopédias quando tinha uns três anos. Tem síndrome de Asperger e, por
isso, quando gosta de um assunto tenta pesquisar tudo que pode sobre o tema”.
E Charlie foi fundo na história dos
dinossauros. Os pais alertaram os responsáveis pelo museu, que, dias depois, enviaram
carta ao menino, agradecendo por ter apontado a falha e elogiando seus
conhecimentos. “Um porta-voz explicou que a galeria tinha sido reformada várias
vezes e que houve um erro”.
Foto: Stefan Wermuth / Reuters