quarta-feira, 2 de setembro de 2015

um haicai do mestre Bashô


quatro horas soaram
levantei-me nove vezes
para ver a lua

Tábua de salvação


O catastrófico noticiário político-econômico-social domina de tal modo a cena brasileira que fica difícil pensar em outra coisa.

Vazio de ideias, o Louco recorre à poesia, na tentativa (quase) vã de neutralizar tanta podridão.

Não sendo poeta (que poeta é meu irmão!), lança mão de Manuel Bandeira, em:

Lenda brasileira

“A moita buliu. Bentinho Jararaca levou a arma à cara: o que saiu do mato foi o Veado Branco! Bentinho ficou pregado no chão. Quis puxar o gatilho e não pôde.
            – Deus me perdoe!
            Mas o Cussaruim veio vindo, veio vindo, parou junto do caçador e começou a comer devagarinho o cano da espingarda.”


O prazer do poema
Uma antologia pessoal
Ferreira Gullar

(Edições de Janeiro)