O catastrófico noticiário político-econômico-social
domina de tal modo a cena brasileira que fica difícil pensar em outra coisa.
Vazio de ideias, o Louco recorre à poesia, na
tentativa (quase) vã de neutralizar tanta podridão.
Não sendo poeta (que poeta é meu irmão!),
lança mão de Manuel Bandeira, em:
Lenda
brasileira
“A moita buliu. Bentinho
Jararaca levou a arma à cara: o que saiu do mato foi o Veado Branco! Bentinho
ficou pregado no chão. Quis puxar o gatilho e não pôde.
– Deus me perdoe!
Mas o Cussaruim veio vindo, veio vindo, parou junto do
caçador e começou a comer devagarinho o cano da espingarda.”
O prazer do
poema
Uma antologia
pessoal
Ferreira
Gullar
(Edições de Janeiro)