quarta-feira, 7 de junho de 2017

Casa do séc. XV




Esta é a chamada Casa de João Bravo, mas João Bravo mesmo nunca morou lá!


Foto: A.Vianna, mai 2017, Segóvia

Praça Medina del Carmo e Igreja San Martin








A Igreja de San Martin foi edificada sobre ruínas de uma terma romana e sofreu várias reformas desde sua construção original.

Fotos: A.Vianna, mai 2017, Segóvia

olho-de-boneca



no início da seca
abre-se singela e doce
a olho-de-boneca


Foto: A.Vianna, jun 2017, jardim.

Campo de falsas papoulas




               A foto, que causou boa impressão em alguns, confessa o autor, foi inspirada na lembrança súbita que teve do Campo de papoulas, de Monet (abaixo).
          Ao contrário, tratava-se apenas de mato à beira do caminho, em Segóvia. 
          A mágica da fotografia!





Foto: A.Vianna, mai 2017.

Aqueduto romano de Segóvia



Vale uma viagem à Espanha, apenas para conhecer o monumental aqueduto romano em Segóvia, construído ente o I e II séculos d.C., à época do Imperador Trajano.




Fotos: A.Vianna, mai 2017

Psiquiatria em conflito

O artigo do Prof. Christian Kieling, do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), intitulado Perguntar é preciso?, publicado no Estado da Arte (Estadão, 06 Junho 2017), é curioso, para dizer o mínimo. Afirma o professor:

“A psiquiatria é, sem sombra de dúvidas, a mais atrasada das especialidades médicas. Diferentemente de outras áreas de medicina, quando uma dúvida na avaliação clínica se coloca, um psiquiatra praticamente não tem exames complementares a recorrer para corroborar ou refutar sua hipótese diagnóstica. Enquanto uma suspeita de anemia quase invariavelmente resulta em um pedido de um hemograma; ou uma investigação de pneumonia, em um raio-x de tórax; na avaliação de sintomas emocionais nenhum teste laboratorial acrescenta muito às informações obtidas durante a entrevista com o paciente.” 

Kieling discorre sobre a insuficiência do famoso DSM-5 para aprimorar e tornar mais uniformes os diagnósticos psiquiátricos. Parece que ele gostaria de fazer diagnósticos como um aparelho de medir pressão arterial faz, mecanicamente! E chega mesmo a fazer esta comparação, para depois concluir: 

“Ao contrário do exemplo acima, psiquiatras costumam confiar na avaliação de sintomas obtida exclusivamente dentro do consultório. É como se perguntas sobre tristeza ou apatia tivessem um valor diagnóstico igual ou superior a medidas fisiológicas. Talvez a relativamente recente possibilidade de usar critérios operacionais uniformes – as listas de sintomas do DSM – tenha gerado entre os psiquiatras a confiança de que uma pergunta sobre como a pessoa esteve se sentido nas últimas duas semanas possa de fato capturar o que aconteceu.”

            Parece que o Prof. Kieling vive um conflito. De fato, após minha experiência com o processo psicanalítico, em que acompanhava o paciente por anos a fio na tentativa de conhecê-lo melhor, tornou-se incompreensível para mim como um psiquiatra poderia fazer um diagnóstico – e medicar seu paciente – dispondo de uma única consulta. Talvez seja esta a causa da angústia do professor, que implora por exames complementares em sue artigo.
            Mesmo não sendo psiquiatra, não posso concordar com a afirmação de que “A psiquiatria é, sem sombra de dúvidas, a mais atrasada das especialidades médicas”. Por uma razão pessoal, marcante em minha vida, e que passo a narrar.
            Desde o segundo ano do curso de Medicina, nos idos de 60, na antiga Universidade do Estado da Guanabara, hoje UERJ, o jovem ingênuo estudante pendia entre a Psiquiatria e a Cirurgia, como especialidades a serem por ele seguidas. Ele gostava de ambas: da teoria da primeira, da prática da segunda. Acabou tornando-se um cirurgião, pois o que presenciava no serviço de psiquiatria era um terror: pacientes impregnados com haloperidol, idiotizados, uns zumbis babando na camisa, perambulando sem rumo, num estado aparentemente pior do que aquele produzido pela própria doença. Isso o jovem formando não queria para si, como projeto de vida profissional. (Ele não foi apresentado à Psicanálise na época.)
            Desde então, a terapia medicamentosa evoluiu tremendamente em Psiquiatria, equiparando-a a outras especialidades médicas. Saber manejá-la diante de cada paciente, eis a arte exigida do bom especialista, sempre após algum tempo de acompanhamento. (É preciso lembrar que a própria Medicina Interna, ou Clínica Médica, encontra-se em estado bastante atrasado: não é capaz de curar nem mesmo a hipertensão arterial, pois o paciente precisa ingerir a medicação pelo resto da vida, sem contar os efeitos colaterais.)
Diante da doença mental, nos casos em que apenas o medicamento não é suficiente, a psicoterapia ajuda sem sombra de dúvida. Então, “uma pergunta sobre como a pessoa esteve se sentido nas últimas duas semanas possa de fato capturar o que aconteceu”.
No mínimo curioso, o artigo do Estado da Arte!








Aldravia n.58


céu
azul
lampião
igreja
em
Segóvia


Foto: A.Vianna, mai 2017, Espanha