Obra da Exposição Queermuseu
No
último domingo (7 jan 18), a prova de redação da Fuvest 2018 apresentou a
questão "Devem existir limites para a arte?"
A
pergunta foi acompanhada por reportagens que tratavam do cancelamento da
exposição Queermuseu,
no Santander Cultural, em Porto Alegre (RS), em setembro. Na época,
uma onda de protestos dizia que as obras expostas, que abordavam a questão LGBT, promoviam blasfêmia
contra símbolos religiosos e apologia à zoofilia.
Parabéns
a Fuvest: o fato de tratar-se de assunto altamente controvertido não impediu
que fosse utilizado como tema de redação, obrigando os candidatos a pensarem
sobre ele.
Por
si mesma, esta é uma lição para ser aprendida por aqueles que se apegam a
dogmas, ao moralismo radical, ao conservadorismo, ao fundamentalismo religioso.
Infelizmente,
em pleno século XXI, o fenômeno não é exclusivo do nosso país. Recentemente
ocorreu a censura de um nu de Egon Schiele no metrô de Londres; foi solicitada
a retirada de um quadro de Balthus de uma mostra do Metropolitan de Nova York;
houve manifestações contra retrospectiva dedicada à obra de Roman Polanski em
Paris.
Interessante
notar que o cancelamento da exposição em Porto Alegre, bem como o impedimento
da mostra no Rio de Janeiro pelo prefeito Marcelo Crivella, fizeram com que
reação oposta ao conservadorismo se desencadeasse, tornando o debate sobre o
tema inevitável. Daí para tema de redação de vestibular foi um pulo.
É como a definição de maré: fluxo e refluxo das águas do mar...
Na minha modesta opinião, temas excessivamente polêmicos não são adequados para redação em provas do tipo da Fuvest. Afinal, o que se quer aferir? Se os candidatos sabem expressar suas ideias ou que tipo de ideias eles têm?
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