domingo, 3 de julho de 2022

A Morte e o pequeno cão

 


 

 

À hora do repouso noturno deitou-se com seu pequeno cão que, como de costume, se acomodou ao pé do leito. Ao lado jazia a Morte, com sua presença quase física, paciente silenciosa determinada.

          Naquele estado de semiconsciência, do lugar mais secreto de sua alma, aflorou nítido o pensamento:

          – Eis o sentimento da mais profunda solidão. 

          Passados alguns segundos o cão despertou, caminhou pelo leito e se aninhou em seu peito. 

          Sem pedir licença, a Morte se fastou, ciente de que fora apenas uma batalha perdida. Levou consigo a Solidão!

 

6 comentários:

  1. Profundo, íntimo e de uma delicadeza intensa! Gostei muito.

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  2. O cachorro com sua extraordinária grandeza.

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  3. Gostei muito, emocionante!

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  4. Genial. Quatro personagens bem descritos em poucas palavras. A Solidão e sua amiga poderosa sabem que não tem a mínima chance quando um cãozinho se aninha no coração do seu dono.

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    1. Uma alegria receber seu comentário, querido Moisés.

      André

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