De Paris, em 1997, Eduardo Prado Coelho fez quatro perguntas a José Saramago. A segunda delas foi a que me interessou: “Como vês as artes plásticas contemporâneas?”
Ao que o autor do Manual de pintura e caligrafia respondeu:
“Salvo as exceções (que não são muitas), vejo-as com uma desagradável impressão de aborrecimento. Curiosamente, porém, interessa-me o que se costuma designar por “instalações”, talvez pelo que haja nelas de... arquitetura. Meia dúzia de pedras dispostas no chão, quatro tábuas armadas no ar, podem impressionar-me muito mais que um quadro de Mondrian.”
Esta é a opinião de um homem que conhece profundamente a arte de escrever. A arte contemporânea causa-lhe aborrecimento, mas aprecia instalações.
O que pensa o leitor sobre arte contemporânea?
P.s: Pergunta e resposta estão no Último caderno de Lanzarote, em 29 de março, p. 82 (Companhia das Letras, 2018).
O novo, ainda mais quando muito drástico, é difícil de absorver. Passamos milênios apreciando arte como se aprecia o belo. De repente...
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