Foudouko,
macho alfa do grupo de chimpanzés, pelo ar de superioridade e testa enrugada ganhou o apelido
de Saddam, pelos antropólogos que o observavam no Senegal, há onze anos.
Foudouko
foi deposto em 2007, e perdeu o poder após seu número dois, o macho beta
Mamadou, se ferir gravemente. Enfraquecido, o líder fugiu. Voltou após cinco anos de exílio, mas foi escorraçado
pelos machos do grupo. Em 2013, aos 17 anos de idade, acabou assassinado.
As mãos
e um pé de Foudouko estavam cheios de marcas de dentes, sugerindo que dois
chimpanzés abocanharam seus braços, enquanto outros o agrediam com violência
extrema. O grupo continuou atirando pedras, dilaceraram sua garganta e comeram
partes do corpo já sem vida. A fêmea mais gulosa era a mãe de dois machos agora
no comando da tribo.
Não são frequentes assassinatos
entre os chimpanzés.
O famoso
primatólogo Frans de Waal, o autor de "Eu,
Primata" (2007), descreveu situação similar com um grupo de chimpanzés
cativos, na qual a liderança era instável. "Um alfa foi morto e castrado
por dois machos frustrados após perderem o posto de dominantes". Afirma
Waal: "Se um alfa tem mão pesada e
aterroriza a todos, isso pode terminar mal para ele. Se o alfa é popular, seria
deposto sem tamanha agressão."
Eduardo
Ottoni, da USP, diz que a força de um alfa "depende muito de alianças.
Caso seu beta o traia e se una a outro, esses dois podem dar um pau nele".
Canibalismo
também é infrequente: “A fêmea Zora arrancou o pênis e testículos de um macho e
os comeu com folhas frescas arrancadas de uma muda, relata "The Real
Chimpanzee" (2009), que fala sobre as estratégias sexuais dessa espécie
conhecida, no nome científico, como Pan troglodytes.”
Conhecer
a evolução das espécies, em particular a dos primatas, ajuda a compreender
melhor certos comportamentos do primata a quem chamamos de humano.
Qualquer semelhança...
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