O senhor Shaun Greenhalgh (1961) é um
conhecido falsificador inglês. Porém, tornou-se protagonista de história –
pastiche, novela, dramalhão, pantomima, opereta bufa, enfim, palhaçada – de
muito mau gosto, e que está dando o que falar.
Ou a protagonista será a própria La bela principessa?
Vamos à
história. O quadro que recebeu este nome é um retrato de perfil de uma jovem loira, de olhos claros, de
propriedade do canadense Peter Silverman. O quadro mede 33 por 23 centímetros e
foi vendido em 1998, em Nova York, por US$ 19.000. Foi apresentado num leilão
como um retrato do século XIX, de autor desconhecido. O colecionador logo iniciou
suas investigações, por suspeitar de que se tratava de uma obra de ninguém
menos que Leonardo da Vinci!
La
Bella Principessa, anônima para alguns, seria a jovem da
nobreza Bianca Sforza (1482-1496), entre 10 e 13 anos de idade, uma das filhas
ilegítimas do duque Sforza, retratada pouco antes de seu casamento e que faleceu
poucos meses depois.
Especialistas
de renome internacional confirmaram a autoria: o quadro é mesmo de Leonardo e o
estilo coincide com os primeiros trabalhos em pastel do artista. Outro, identificou
o retrato como “uma folha que faltava de um volume do século XV conhecido como
“La Sforziade”, que se encontra na
Biblioteca Nacional de Varsóvia e pertenceu ao grande mecenas de Leonardo, o
duque de Milão Ludovido Sforza”. E mais, “foi encontrada impressão digital no
canto superior esquerdo do quadro “muito similar” à encontrada em um retrato de
“San Jerônimo” do pintor renascentista e que se encontra no Vaticano.” Turner afirma
que “é impossível imitar a pincelada de um canhoto como Leonardo e não há como
justificar que a tela tem como suporte uma madeira de carvalho do século XVII”.
Bem,
nessa altura desses acontecimentos extraordinários é que entra em cena o inglês
Shaun Greenhalgh, o falsário. Ele afirma que pintou La Bella Principessa há 35 anos, no pequeno estúdio de seu jardim ao
norte da Inglaterra! Pronto, foi o bastante para botar-se lenha na fogueira!
Falsificadores
apresentarem quadros de renomados artistas como autênticos, esta é a regra. Até
que sejam desmascarados. (Alguns nunca o serão, até mesmo em se tratando de um
Rembrandt.)
Já os
ditos falsários afirmarem a autoria de um quadro de da Vinci, por exemplo, isso
é uma outra história. Tem mais coisa aí!
Referência:
À propósito de autenticidade, fica a pergunta:
ResponderExcluirAté onde vai a autenticidade dos avaliadores de obras de arte?
Até que alguém os contradiga, até mesmo um falsário!
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