quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Ainda sobre a leitura

Este blog, recentemente (13/11), postou uma certa provocação, sob o título O médico que lê é um médico melhor? O seguinte parágrafo resume as ideias do Louco:

Uma boa Educação, no sentido mais amplo da palavra, desde a infância, passando pela adolescência, haverá de propiciar ao jovem que chega à universidade melhores condições para a aquisição de conhecimentos profissionais, seja lá em que área for. O contato com as Artes em geral, e em particular com a Literatura, faz parte desta formação, tão importante para aquele que deseja ser um bom médico.

            Voltamos ao tema, agora expandindo-o a outros ramos da atividade humana, ou até mesmo a TODOS os ramos da atividade humana. O engenheiro que lê... O advogado que lê... O torneiro mecânico que lê... O deputado que lê... A lista pode não ter fim, e a resposta será sempre a mesma. Sim, a leitura faz uma pessoa melhor!
            Até que me deparo com a brilhante crônica de hoje na Folha de S. Paulo (9/12), O dilmês em seu apogeu, de Ruy Castro. (http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/2015/12/1716536-o-dilmes-em-seu-apogeu.shtml)

O articulista inicia citando Getúlio Vargas, que “começava seus discursos com um longo, lento e sofrido "Trabalhadooooores do Brasil..."; passa por Jânio Quadros e seu famoso "Fi-lo porque qui-lo"; afirma que Lula “habituou-se a mentir, desmentir-se, dizer e desdizer-se”; e conclui que, “à sua maneira, todos davam o recado.” Quanto à presidente atual, Ruy diz que “Dilma Rousseff, diante do menor improviso, acerta caneladas em palavras, períodos e significados.”
            Ruy Castro continua:

“Aposto que, nos anos 60, quando deveria estar lendo "A Moreninha", "A Mão e a Luva" ou "O Guarani", clássicos românticos da literatura e então modelos de como falar e escrever, a menina Dilma estava mergulhada nos manuais de Althusser, Plekhanov e Lukàcs, ásperos vade-mécuns do marxismo, traduzidos do espanhol. Isso pode ter forjado o seu jeitão de caminhar, abrindo caminho com os ombros, e principalmente sua crespidão mental.
Muita gente pensa bem, mas se exprime mal. Dilma congrega o pior dos dois mundos.”

            Mais claro e preciso, impossível! Resta ao blogueiro acrescentar ao rol das perguntas desafiadoras, mais esta:

Um presidente da república que lê é um presidente melhor?




2 comentários:

  1. Comparando a presidenta, Ex.Presidente Lula e o meu querido FHC, podemos concluir que : Sim!
    Alias, é motivo de vergonha para mim comprar Fernando Henrique com os outros dois!

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  2. A leitura diminui a brecha que fica entre o pensamento e sua expressão. Atenua o "lutar com as palavras" de que fala Drummond. Para uma pessoa pública (um político, por exemplo) a capacidade de dizer claramente o que se pensa chega a ser vital.

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