segunda-feira, 2 de junho de 2014

There was a man of double deed


“There was a man of double deed” é o primeiro verso de um poema anônimo clássico, que pode ser lido no original no site:  http://www.slate.com/articles/arts/poem/2008/11/there_was_a_man_of_double_deed.html
                  É com prazer que publico aqui a bela tradução realizada pelo poeta, meu amigo, Aldo Pereira Neto.




Era um homem, que com ambas as mãos,
Enchera o horto de muitos grãos;
Quando os grãos começaram a crescer,
Foi como se a neve não cessasse de descer;
Quando a neve, então, começou a se fundir,
Foi como a nau sem âncora, livre pra partir;
Quando as velas se enfunaram, algumas,
Foi como se aves não tivessem mais as plumas;
Quando as aves desenharam o céu, então,
Foi como se a águia não voasse mais em vão;
Quando o céu, depois, iniciara o seu rugir,
Foi como um leão, à porta, sempre a ir e vir;
Quando a porta começou a estalar,
Foi como um bastão, no dorso, a penetrar;
Quando o dorso era só dor, só agonia,
Foi como se uma lâmina o rasgasse, fria, fria;
E quando o coração vazou seu sangue em mim,
Foi morte, e morte, e morte enfim.

2 comentários:

  1. Que belíssima tradução, mesmo quando não se dispõe do original! Lê-se como original em Português.

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  2. Vi essa tradução sendo usada no episódio final da série "The Fall", exibida pela Netflix. Parabéns ao autor dessa linda tradução!

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