Minha admiração pela arte da Pintura surgiu ao final da adolescência, com a mudança da família do interior de São Paulo para a cidade do Rio de Janeiro. As visitas constantes aos museus de Belas Artes e Arte Moderna causavam verdadeiro deslumbramento. Com a melhoria da condição financeira, já em Brasília, passei a comprar os dispendiosos ‘livros de arte’ e me informar melhor sobre Pintura. (Coisa inimaginável para os jovens de hoje: não havia Internet naquele tempo!)
Os quatro anos passados em Londres converteram admiração em verdadeira obsessão. Nos finais de semana, invariavelmente, havia uma passada pela National Gallery, localizada na Trafalgar Square. Depois de algum tempo, as visitas eram concentradas em uma única sala, quando as obras podiam ser observadas com tempo e minúcia.
Outro salto nesse processo de educação ocorreu com a criação do Louco por cachorros. No Twitter.com, selecionei os seguidores de Pintura (são muitos, pude constatar), e pude ver obras as mais variadas, de todas as épocas e escolas, hábito que conservo até hoje. Publico-os no blog sob o marcador Meus quadros favoritos.
Cada novo quadro é fonte para indagação sobre o artista, sua biografia, a que escola pertence, qual a história daquele quadro em particular, o ano em que foi pintado, informações facilmente obtidas na Internet.
Vincent van Gogh, Egon Schiele, Klimt, Chagal, Pieter de Hooch, Caravaggio, Flávio de Carvalho, Gauguin, Matisse (meu preferido no momento), aparecem com frequência. De repente, surge artista de quem nunca havia ouvido falar: Eduardo Chicharro Agüera, nascido em Madri, Espanha, em 1873, falecido na mesma cidade em 1949. A obra intitulada Dor, foi executada em 1912, na cidade de Ávila.
Que quadro belíssimo! A luz amarela, maravilhosa, vem de uma janela aberta em grossa parede, indicando que se trata de construção antiga. Predomina no ambiente a cor rosa das paredes e da toalha de mesa. No mais, as pessoas todas vestidas de preto, enlutadas. Um Cristo crucificado indica religiosidade. A mulher em pé procura consolar as demais. A cena é forte, transborda emoção, é possível sentir a dor da perda. Pela data da pintura, o sofrimento pode ter sido infligido pela guerra.
Um último detalhe: Eduardo Agüera praticou número variado de gêneros de pintura, porém dedicou-se, de preferência, aos retratos femininos.
É assim que sigo aprendendo. O método é fácil, as informações disponíveis são em número infindável, educação para uma vida inteira. O blog pode ser fonte e motivação para a chamada Educação continuada.
A seleção de quadros é excelente, mas quando o Louco resolve nos dizer o que não podemos deixar de ver, aí não tem preço que pague.
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