A Lua, de Tarsila (1928): estética antropofágica
Foto: Galeria Paulo Kuczynski
“MoMA compra uma Tarsila da fase antropofágica”, é a manchete publicada por Antonio Gonçalves Filho, para O Estado de S. Paulo (27 fev 2019). A tela A Lua, de 1928, mesmo ano do Abaporu, agora pertence ao acervo do museu americano.
“A Lua sintetiza bem o dualismo dos modernistas, “presos entre a floresta e a escola”, como observou o marido e escritor Oswald de Andrade, falando da fusão do ‘background’ fazendeiro de Tarsila com seu lado cosmopolita europeu”, afirma Gonçalves filho.
O preço da obra (em torno de US$ 20 milhões, segundo apuração do Estado) não foi divulgado nem pelo MoMA.
“Nas telas do período metafísico/onírico, Tarsila, segundo Aracy, “dá vazão a uma forma expressiva que tem mais a ver com seu universo subjetivo, de sonho, magia, despreocupada com a representação da realidade exterior”. De fato, na economia formal das paisagens de Tarsila é possível identificar um mundo mágico marcado pela transfiguração – no caso de A Lua, um cacto sugere a figura de um homem na fronteira de um território surrealista, ao qual a própria pintora se rende como manifestação de seu inconsciente, a projeção de um sonho.”
Outra razão para a escolha de A Lua é que a tela integrou a segunda exposição individual de Tarsila em Paris, em 1928, na Galerie Percier, inaugurando uma fase de um cromatismo explosivo, exótico. Tarsila, segundo Aracy Amaral, não se opunha a ser considerada “exótica”. Antes, observou a crítica, ela “estimulou ou se deixou levar pela etiqueta que nos identifica no exterior a partir do momento em que o Brasil buscava afirmar sua identidade cultural”.
Linda pintura! Importante reconhecimento.
ResponderExcluirUm sombrio sonho melancólico, neste quadro. Um cacto sem espinhos, um deserto sem areia, uma lua amarela, de curva exagerada.
ResponderExcluirQuando teremos um Tarsila desses na Pinacoteca?