El País Internacional (2 jun 2018) publica trecho adaptado de um discurso de Amos Oz, pronunciado durante conferência do Rompendo o Silêncio. O título é Por que romper o silêncio?
O discurso é longo e selecionei apenas o primoroso parágrafo – sob ponto de vista político e literário – sobre o significado da “fortaleza moral”:
“Todos que odeiam o Rompendo o Silêncio deveriam refletir sobre uma coisa, pelo menos por um instante: que a fortaleza moral não é um luxo, sequer um mero adorno. A fortaleza moral é necessária para a sobrevivência de uma nação, uma sociedade e uma pessoa. A fortaleza moral não é uma espécie de joia que guardamos em uma caixa forte e que colocamos apenas em dias bons para ter uma aparência melhor. A fortaleza moral não é uma mercadoria produzida para exportação, que se guarda em uma gaveta, pelo menos até que a guerra termine, até que volte a normalidade e o país viva 40 anos de paz, de forma que só então poderemos brandir nossa reluzente grandeza moral, exibi-la no peito e revelar ao mundo quão maravilhosos somos.
Não. A fortaleza moral, especialmente em tempos de guerra, é tão urgente quanto os primeiros socorros em um campo de batalha. O papel de acusador, às vezes, é semelhante ao do médico ou enfermeiro: seu trabalho é como o do médico que abre um abcesso e extrai o pus, para que não se espalhe nem contamine todo o corpo.”
Quanto dessas palavras aplicam-se ao Brasil de hoje? Falta fortaleza moral ao povo e aos representantes do povo. Precisaremos de um Amos Oz para romper nosso silêncio?
Este é um sujeito forte, inteligente e sensato. Não é pouca coisa.
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