segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Princesa celta de 2.600 anos


Mulher de cerca de 35 anos, da nobreza celta, foi sepultada em uma câmara mortuária de luxo há 2.600 anos, às margens do Rio Danúbio, ao sul da atual Alemanha. A reportagem é de Fábio de Castro, para O Estado de S.Paulo (6/2/17).
A tumba foi desenterrada em 2010, com a remoção de um bloco de terra completo, e estudada minuciosamente em laboratório. Joias, adornos de ouro, bronze, âmbar e jais (uma gema de carbono fóssil), finamente trabalhados, foram encontrados junto ao corpo.
“Algumas das peças indicam que havia artesãos trabalhando nas primeiras cidades celtas, ao norte dos Alpes, que aprenderam seu ofício ao sul dos Alpes”, informou o coordenador das escavações, Dirk Krausse.
“De acordo com estudos anteriores, os povos que falavam línguas célticas habitavam partes da Europa há pelo menos 3,3 mil anos. Eles começaram a produzir ferro na Europa Central há cerca de 2,7 mil anos e fundaram a chamada “cultura Hallstatt”. Segundo os autores, o túmulo da nobre celta é a mais antiga evidência de que o povo Hallstatt fazia enterros elaborados dos membros de sua elite.” 
A prancha de madeira que recobria a câmara mortuária permitiu que os cientistas pudessem contar os anéis de crescimento das árvores que a formaram. Descobriram então que a tumba foi fabricada no ano de 583 a.C., com precisão maior do que seria possível com o método de datação convencional por carbono 14.
            Afirmam os antropólogos que o sepultamento, na pré-história, foi a primeira manifestação do ato humano, ou sinal de humanização.


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