Assistir às
reuniões das comissões do impeachment
pode nos proporcionar alguns bons ensinamentos. Se não, vejamos.
Cada
parlamentar entra na sala de reuniões com suas ideias prontas e bem organizadas.
Ao final de dez horas de exaustivas discussões, todos saem do recinto com as
mesmas ideias com que lá entraram.
Se alguma
mudança houver em suas maneiras de pensar, serão referentes à robustez das
próprias ideias, agora plenas de novos argumentos, oriundos dos embates políticos,
para defender as mesmas ideias.
E por que
isso acontece? Porque estão todos a defender interesses particulares, legítimos
ou não. Ora são interesses partidários, outras vezes interesses ligados a ocupação
de cargos, ou simples interesses pecuniários, alguns interesses são
impublicáveis; não importa, são todos interesses pessoais.
Doce ilusão
pensar que tal conduta é própria apenas dos ilustres parlamentares da
República. Isso é próprio do ser humano. E desde que ele é uma criancinha!
Repetir
repetir repetir, é assim que a criança aprende. Porque é o método mais fácil de
se aprender, aquele que dá menos trabalho. E ela está sempre a defender seus
próprios interesses. Sempre.
O método
mais difícil de aprender: pensar!
(Porque
defendem interesses particulares, já bem estabelecidos, os ilustres
parlamentares não precisam pensar, apenas repetir repetir repetir. Repetem os
mesmos discursos diariamente, e ainda costumam dizer: Certas coisas precisam
ser repetidas para que...)
Mas o
expectador que assiste ao espetáculo pode observar, analisar o que está vendo e
ouvindo, e aprender que, embora dê muito trabalho, pensar ainda é a melhor
opção.
É o que
podemos aprender com as diversas comissões de ilustres parlamentares.
Resta ao expectador pensar, porque esperar isso dos parlamentares é certeza de decepção...
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