Os poucos, porém especiais
leitores deste “Louco” haverão de pensar: o blogueiro hoje está sem assunto.
Não é verdade: nesse país e nesse mundo em que vivemos, assunto não falta.
Basta abrir o jornal, dar uma olhada no Twitter, e a crônica está pronta.
Há tempos desejo escrever
sobre um tema que talvez tenha pouco ou nenhum interesse para a maioria das
pessoas, tanto que não ouço ou leio qualquer comentário sobre ele, nunca, em
lugar algum. Vamos ao assunto: trata-se da coluna do Sr. Oscar Quiroga no
Caderno 2, do prestigioso jornal O Estado de S. Paulo. A coluna de hoje (21/03)
traz o título Imparcialidade – Data estelar: Lua começa a crescer em Áries. Uma
espécie de introdução às previsões para os 12 signos informa:
“Só quando conseguires observar com imparcialidade tudo que acontece
enxergarás o panorama amplo e abrangente que outorga um lugar a cada coisa e
coloca cada coisa em seu devido lugar. O Divino não prefere santos nem
demônios, o Divino é bosta quando precisa fertilizar a terra e o Divino é ouro
quando a necessidade consiste em ornar o templo para que a veneração
aconteça. A imparcialidade é o remédio
que buscas, pois enquanto continuares tomando partido continuarás também
apegando-te a meias verdades e te afastarás de tua origem e destino, enxergar o
Universo com os olhos do Divino, que está em ti, fora de ti, alhures e
nenhures. Mediante a visão imparcial tuas obras serão justas, tuas atitudes
amorosas e irradiarás a influência que facilitará a vida de todo mundo.”
Seguem-se,
na coluna, os comentários, observações, conselhos, seja lá o que for,
correspondentes aos 12 signos do zodíaco.
Digo
que há tempos desejo comentar sobre o tema, porque fico pasmo que ainda se dê
tanto espaço (que custa caro, muito caro) nos melhores jornais para a
astrologia. (Astronomia, por tratar-se de uma ciência, escreve-se com
maiúscula; astrologia, por não se tratar de ciência, e sim de crendice, é assim
mesmo, com minúscula.)
O
mesmo pensamento mágico que faz com que uma pessoa albina seja tratada como um
tabu na Tanzânia, faz com que ainda permaneça o interesse pela astrologia até
os dias de hoje; de outro modo ela não continuaria ocupando tanto espaço na
mídia. (Vide http://loucoporcachorros.blogspot.com.br/2015/03/horror-horror-horror.html)
Tudo
bem, gente é gente, quem quiser, ou não quiser, que vá chorar para o bispo.
Quem deseja ler, que leia; quem não deseja, pule a página. Porém, o blogueiro
caiu na esparrela e resolveu ler a coluna de hoje do Sr. Quiroga. E concluiu:
bobo ele não pode ser, é antiquíssimo o espaço a ele reservado no jornal, deve
ganhar bem pelo serviço, certamente tem leitores assíduos, em número
incomparavelmente maior aos deste insignificante blog.
Se
não é bobo, o Sr. Quiroga não tem o direito de ludibriar os incautos com o
texto que reproduzo acima. Nem alhures nem nenhures.
A
astrologia pertence à infância da humanidade. Mas, de fato, alguns ainda não
cresceram...
As previsões astrológicas sao tradição na imprensa. Lembro uma história curiosa de um famoso jornalista que, muito jovem, foi procurar emprego numa redação de jornal. Ofereceram-lhe para inicio de carreira ser responsável pela coluna diaria de astrologia. Ele alegou que não entendia nada do assunto, ao que o chefe respondeu: ´Não importa, nós já temos os textos prontos. Voce só precisa fazer pequenas variações na redação.´
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