Do âmago de sucessivas noites,
entre estrelas pálidas e frágeis,
soavam as notas indefinidas
de um saxofone distante.
Estranhas melodias que nunca se repetiam,
às vezes escalas monótonas como mantras,
líquida música a pairar no breu.
Fiquei sabendo depois:
era aquele sopro musical,
puro vapor de som,
que afugentava o soturno voejar da morte
que rondava em círculos
e lançava silvos e saliva infecta,
ávida, voraz, impiedosa.
Abençoado
saxofone.
Paulo Sergio Viana
No Dia Mundial da Poesia, minha homenagem ao poeta Paulo Sergio.
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