terça-feira, 20 de agosto de 2013

A dor da rejeição


"Parece que enfiaram uma faca no meu peito".
Esta expressão é bastante conhecida, e possivelmente já experimentada por algum leitor; com certeza, por quem ora escreve. O mais interessante é que parece não se tratar de simples figura de linguagem.
Em seu livro "Emotional First Aid" (Primeiros Socorros Emocionais), recentemente lançado nos Estados Unidos, o doutor em psicologia e especialista em terapia de casais Guy Winch relata estudos com ressonância magnética que mostram que “a dor da exclusão social ativa no cérebro as mesmas áreas acionadas pela dor física” (reportagem de Rodolfo Lucena (1), da Folha de São Paulo).
Desde o nascimento o ser humano tem necessidade de ser aceito, de aprovação, de pertencer a uma família que o proteja do mundo exterior e o auxilie na formação de uma mente própria. O sentimento de rejeição provoca provavelmente a ferida narcísica mais comum e recorrente em nossas vidas.
Assim sendo, o termo “ferida” parece igualmente apropriado, pois nos remete a algo sofrido no próprio corpo, e que pode deixar cicatrizes.
Outro trabalho citado por Rodolfo Lucena (sem a referência) aponta na mesma direção:
“Em pesquisa feita nos EUA, 40 pessoas que tinham recentemente levado um chute do parceiro foram submetidas a duas experiências: em uma, viram fotos de seus "ex"; na outra, receberam estímulos térmicos semelhantes ao de café quente derramado na mão. Nos dois casos, o cérebro deu respostas similares.”
Portanto, aprender a lidar melhor com as frustrações – tarefa para uma vida inteira – é a única maneira de ir reparando estas feridas, quando possível.



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