Charge do dia
quinta-feira, 30 de junho de 2022
terça-feira, 28 de junho de 2022
segunda-feira, 27 de junho de 2022
Capa de livro
Imagem & microconto
O leitor demorou a perceber que se tratava de uma tatuagem, manifestação de eterna gratidão por um bem recebido.
Editora Todavia, 2022.
domingo, 26 de junho de 2022
A vírgula e o buraco negro
Após longo período de silêncio sinto irresistível vontade de escrever. É que a cabeça anda vazia, os miolos consumidos pela doença, e desse oco não pode sair nada mesmo. Minha cabeça virou um buraco negro.
Mas o desejo de escrever persiste, forte, autoritário, uma necessidade, ou mais que isso, uma ordem. Mas as ideias? Rosa Montero vem em meu socorro com seu novo livro A Boa sorte (Todavia, 2022). Meu improvável leitor não espere texto crítico sério, qualquer consideração literária de peso, mesmo porque a autora é das melhores que há nesta quadra, dona de escrita contemporânea privilegiada, livre de ranços e passadismos. (Se é para escrever puta, ela escreve puta.) Quase perfeita!
Eu desejo apenas tocar num assunto do qual tenho me ocupado por longo tempo: o problema da vírgula. Que eu saiba, apenas Marcel Proust soube utilizar a vírgula com propriedade. Nem Machado, ouso dizer. (Isso veio do buraco negro.)
Não sei por quanto tempo vou aguentar sentado diante do computador. Passemos sem perda de tempo à frase de Montero, à página 12.
“A maioria das lojas está fechada, e o fechamento deve ter ocorrido noutra era geológica.”
Frase perfeita, dirão os leitores normais. Simples, clara, com arremate cheio de humor. De fato, não se pode apontar erro de qualquer espécie. Pergunto eu: para que essa vírgula? Peço que o leitor leia em voz alta a alternativa que ofereço:
“A maioria das lojas está fechada e o fechamento deve ter ocorrido noutra era geológica.”
A ideia da autora é que a maioria das lojas está fechada há muito tempo. (Pois faz muito tempo que o povoado entrou em franca decadência.) A ideia é una, indivisível, o que vem depois da vírgula é inseparável daquilo que vem antes. A quebra da ideia por uma vírgula desnecessária enfraquece a frase. Não está errado, mas a ideia perde força. E uma ótima escritora deve manter a força de suas ideias e de sua escrita, se possível durante todo o livro.
Tenho perfeita consciência da insignificância do texto acima, a não ser para os obcecados pela vírgula, como eu. Mas era tanta minha vontade de escrever! (Outra vez a Escrita Terapêutica.) De uma cabeça vazia, o que mais poderia sair? Apenas uma vírgula.
Dois últimos comentários. Ao chegar à página 50, do total de 250, estou encantado com o livro. Ótima literatura, com destaque para a vívida construção e apresentação das personagens. Acho que vai continuar bom até o fim. Rosa Montero é uma craque; o leitor não perca seu livro anterior: A ridícula ideia de nunca mais te ver. (Alguém pode perguntar: se a leitura estava tão interessante, por que interrompê-la para escrever essa bobagem sobre uma ínfima vírgula? Minha resposta é que UMA VÍRGULA É UMA VÍRGULA, É UMA VÍRGULA, É UMA VÍRGULA.)
O segundo comentário refere-se à capa do livro. Poucas vezes vi coisa tão horrorosa. Portando, meu conselho é: não deixe de comprar um livro por causa da capa.
sexta-feira, 17 de junho de 2022
O último microconto
1.
FIM
2.
Chiii... esqueci!
3.
Fake News! Não era o último, era apenas literatura barata.
quarta-feira, 15 de junho de 2022
terça-feira, 14 de junho de 2022
De Cape Town a Magadan
Eu amo mapas
A mais longa estrada para se caminhar, de Cape Town (África do Sul) até Magadan (Rússia). Sem necessidade de avião ou barco, pois há pontes onde necessário. São 22.387Km de extensão.
Fonte: Dr M.F.Khan (Twitter)
Manhattan, NY
Cidades
Outro olhar
Imagem & Microconto
Quando a catarata agravou, não lhe restou alternativa senão olhar para dentro. E foram tantas as descobertas!
Foto: Paulo Sergio Viana, jun 2022.
https://blogdopaulosergioviana.blogspot.com/2022/06/catarata.html
sexta-feira, 10 de junho de 2022
Em pleno oceano
Imagem & Microconto
Para o menino, seu barquinho singrava nada menos que o Oceano Atlântico. Com risco de enfrentar terríveis tempestades!
Foto: Robert Doisneau
quinta-feira, 9 de junho de 2022
segunda-feira, 6 de junho de 2022
domingo, 5 de junho de 2022
D. Pedro I e o primeiro estetoscópio do Brasil
“A chegada do primeiro estetoscópio no Brasil ainda é motivo de polêmica. Nascimento e Silva (1866-1951) sugeriu que ele foi trazido da França por João Fernandes Tavares (1795-1874), futuro Visconde de Ponte Ferreira.
Este aparelho desde 1896 se acha no museu Nacional de Medicina, e o uso que dele fazia o Dr. Tavares mereceu-lhe do povo o cognome de Doutor Canudo.
René Laennec foi inventor do estetoscópio, em 1816, em Paris. Essa descoberta tornou-o um dos fundadores da medicina moderna.
Dr. Tavares foi médico e amigo de D. Pedro I. O estetoscópio deve ter sido usado para avaliar a evolução da fatal tuberculose do Imperador. Ele realizou uma necropsia e assinou o atestado de óbito em 28/09/1834.
Retornou ao Brasil e fundou o primeiro curso de Medicina Legal. Na Faculdade de Medicina do RJ, foi um dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e o primeiro presidente do Imperial Instituto Médico Fluminense (Niterói) em 1867.
Referências: Nascimento-Silva A. João Fernandes Tavares, visconde da Ponte Ferreira. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Anais do 2º Congresso de História Nacional (7-14 de abril de 1931). Imprensa Nacional. Rio de Janeiro. 1942: III: 279-290.”
Texto postado hoje no Twitter pelo Dr. Leopoldo dos Santos Neto, meu dileto amigo, e que reproduzo aqui com sua autorização. Professor da Universidade de Brasília, ele se destaca pelo profundo conhecimento médico e da História da Medicina, além de ser um humanista.
sexta-feira, 3 de junho de 2022
Estar vivo
A doença, a proximidade da morte, levaram-no a dormir abraçado a seu cão. Transfusão de vida, dizia ele.