terça-feira, 31 de outubro de 2017

Falta Educação



          Há dois dias a estátua de Carlos Drummond de Andrade foi novamente vandalizada e os óculos roubados. Este fato já ocorreu onze vezes, desde que a escultura foi colocada num banco da Praia de Copacabana, local onde o poeta costumava sentar-se para ver o mar. E talvez pensar e poetar.
          É de se supor que os onze vândalos (se é que algum ou alguns deles não são recorrentes no crime) não saibam quem foi C.D.A. Se soubessem, não praticariam tais atos, a menos que se trate de psicopatas, o que não é de todo implausível. 
          Por um instante, vamos acreditar na humanidade, e pensar que os vândalos não sabiam de quem se trata o tal poeta de nome Carlos Drummond de Andrade. E isso  explica a aparente insanidade daqueles atos, incompreensíveis para uma pessoa dita normal. 
          O que lhes falta é Educação!


Machado volta à cena



Em fevereiro deste ano publiquei no blog a extensa crônica Por quê este livro não é bom, desancando Machado, do conceituadíssimo Silviano Santiago.
Assim concluí a tal crônica:

“Confesso, interrompi a leitura no quarto capítulo, impaciente, rabugento, puto-da-vida (repito), cuspindo cobras lagartos lagartixas calangos gambás fétidos, pulei para o último capítulo na esperança de que Santiago descrevesse com a arte que lhe é peculiar a morte de Machado de Assis. Nem isso. A mesma chatice, a mesma prolixidade, a mesma falta de rumo, fluxo, caminho, estrutura, o que Paulo chamou de “falta de costura”.
            Bem, aí está o que chamei de A Grande Decepção. E por que o autor precisa ser sempre brilhante? Alguém acerta sempre nesse mundo de deus?”

            Volto ao assunto porque saiu hoje o resultado do Prêmio Jabuti 2017, o mais importante dentre os prêmios brasileiros: Primeiro Lugar Categoria Romance: Machado, de Silviano Santiago.
Se eu fosse um interessado leitor que ainda não leu Machado, ficaria com a opinião do Jabuti. Depois da leitura...

Esperança


Tentou fazer um microconto. Faltou-lhe assunto. Palavras foram jogadas ao léu, sem sentido algum. Publicou mesmo assim, na esperança de que...

Dia D

        



                O Dia D comemora a data de nascimento do grande Carlos Drummond de Andrade: 31 de outubro de 1902. Nasceu em Itabira, MG.

           Singela homenagem deste blog:

Epigrama para Emilio Moura

Tristeza de ver a tarde cair
como cai uma folha.
(No Brasil não há outono
mas as folhas caem).

Tristeza de comprar um beijo
como quem compra um jornal.
Os que amam sem amor
não terão o reino dos céus.

Tristeza de guardar um segredo
que todos sabem
e não contar a ninguém
(que esta vida não presta).


Alguma poesia
O livro em seu tempo
Org. Eucanaã Ferraz
Ed. Instituto Moreira Salles, 2010

Liberdade, liberdade


          Hélio Schwartsman inicia sua crônica de ontem (31/10/17) alertando que ele vai se indispor com a direita e com a esquerda, pois já defendeu a ideia de que as mães levem seus filhos para interagir com um homem nu, mas que é contra o projeto de lei para punir pastores que pregam contra o homossexualismo.
          Diz Schwartsman:

          "O que eles talvez não tenham percebido é que, ao comprar minha tese, que tem como alicerce a ideia de que existe uma esfera de privacidade que é indevassável, precisariam colocar-se também contra iniciativas caras à esquerda, como o projeto de lei que pretende punir pastores que pregam contra o homossexualismo.
          Assim como a mãe é livre para levar a filha para ver nus, clérigos devem ser livres para dizer o que tiverem vontade em seus púlpitos, sem dar satisfações a grupos gays. O controle, em ambos os casos, está no direito que pais moralistas têm de não levar seus filhos a espetáculos que julgam pedófilos e no direito que homossexuais têm de não frequentar cultos cuja marca seja a intolerância."
          E conclui o colunista:

          "Mas não vejo mal algum num clube exclusivo para mulheres, homens, negros, brancos ou seguidores de uma religião. Já a ideia de que o Estado possa de alguma forma enxerir-se na composição social do grupo que convido para jantar em casa me parece ao mesmo tempo ridícula e odiosa."


         Em resumo, o que se está a defender aqui é a liberdade do indivíduo, de tornar-e dono de sua própria vida ao exercitar a capacidade de ir e vir, de pensar, de decidir o que é melhor para si. Nisso consiste, enfim, a própria capacidade para o desenvolvimento psíquico, incluindo o sagrado direito de errar, de enganar-se, para em seguida aprender.

         A liberdade de expressão, tão discutida nos dias de hoje, naturalmente faz parte desse conjunto de ações, e precisa ser preservada a todo custo. 

     
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwartsman/2017/10/1931046-o-tamanho-da-liberdade.shtml

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Aquarelista Homer

Meus quadros favoritos


Winslow Homer

Aquarela

Fuks ganha o prêmio José Saramago

Julián Fuks


O brasileiro Julián Fuks ganha o prêmio José Saramago. Com o romance A Resistência, ele é o vencedor da 18a edição do prestigioso prêmio.
O livro ganhou também o Jabuti, principal premiação brasileira.  O romance relata a história de uma família argentina exilada no Brasil durante a ditadura militar.

Foto: Fernanda Sucupira

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Felicidade segundo Einstein


Uma das notas escritas por Einstein em 1922. 
MENAHEM KAHANA / AFP


As duas cartas de Einstein leiloadas em Jerusalém. 
MENAHEM KAHANA / AFP


A pequena reportagem de El País (Jerusalém 25 OUT 2017) traz curioso título: 1,56 milhão de dólares pelo segredo da felicidade de Einstein.
Duas notas escritas à mão pelo cientista Albert Einstein foram leiloadas em Jerusalém por 1,56 milhão de dólares (5 milhões de reais), multiplicando por 200 o preço de venda estimado, que oscilava entre 5.000 e 8.000 dólares, segundo anunciou a casa de leilões Winner. Nos manuscritos, datados de 1922, Einstein explica qual é o segredo de uma vida feliz.
                  A primeira nota, escrita em 1922 em Tóquio, momento em que realizava várias conferências no país, registra:

"Uma vida tranquila e modesta contribui mais para a felicidade do que a busca do sucesso vinculada a uma agitação permanente".

            O segundo escrito:

"Onde há vontade, há um caminho".

Diz a reportagem: “Einstein escreveu as notas como gorjeta para um carteiro do Hotel Imperial de Tóquio, onde se hospedava. Não se sabe se o mensageiro recusou a gorjeta de verdade, uma atitude comum nos costumes do Japão, ou se Einstein não tinha dinheiro neste momento, mas o astrofísico decidiu entregar os dois escritos, afirmou o vendedor, um familiar do mensageiro.”
O comprador das notas, residente em Hamburgo, afirma que quando Einstein entregou os papéis ao carteiro disse: "Espero que estas notas acabem sendo bem mais valiosas que uma simples gorjeta".
Moral da história: quem tem fama deita na cama.