A mídia anda
pródiga, nesses dias pós-olímpicos, em comentários e avaliações sobre o
desempenho dos atletas brasileiros na Rio 2016. O critério utilizado tem sido a
comparação entre o número de medalhas obtidas em Londres e agora no Rio. O
ganho foi pequeno, esperava-se mais, segundo essa mesma mídia.
Sempre achei
essa história de número de medalhas uma bobagem. Gastar um dinheirão, investir
em esportes que poderão render medalhas, tudo isso sempre me pareceu uma grande
bobagem. Mas andei remando contra a maré. O número de medalhas – agora com a
prevalência das de ouro! – continuou sendo, sem trocadilho, o “padrão ouro”.
Então
encontro na crônica de Hélio Schwartsman de 23/8/2016, para a Folha de S.
Paulo, a seguinte afirmação:
“E, convenhamos, apoiar o alto rendimento para ganhar
medalhas me parece um objetivo meio besta. Investimentos públicos em esporte
deveriam estar voltados principalmente para dar condições para a população
exercitar-se e motivá-la a fazê-lo, melhorando sua qualidade de vida e
reduzindo as contas da saúde.”
E prossegue Schwartsman:
“A Olimpíada consumiu R$ 39 bilhões, dos quais
R$ 17 bilhões são dinheiro público, que é o que nos diz respeito. Como foram 17
dias de eventos e competições, temos a bagatela de R$ 1 bilhão por dia. [...] Não
ignoro que organizar um evento como a Olimpíada traz ganhos difíceis de
ponderar, como a melhora da autoestima nacional e da imagem externa do país.
Custa-me crer, porém, que tais benefícios justifiquem o R$ 1 bilhão por dia.”
Penso que estou bem acompanhado em
meus pontos de vista!